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Governador do TO é alvo de operação da PF contra lavagem de dinheiro

Ao todo, 108 mandados são cumpridos em Palmas e outras cidades.

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PF cumpre mandados na casa do governador do Tocantins (Foto: Rachel Lemos/TV Anhanguera)

A Polícia Federal realiza a Operação Reis do Gado nesta segunda-feira (28) contra corrupção e lavagem de dinheiro. Ao todo estão sendo cumpridos 108 mandados em Palmas e outras cidades. Um dos alvos é o governador Marcelo Miranda (PMDB). Conforme a PF, as autoridades identificaram, até o momento, um montante de mais de 200 milhões efetivamente lavados.

O G1 tentou contato com a assessoria de comunicação de Marcelo Miranda, mas os telefonemas não foram atendidos.

A PF informou que o objetivo é desarticular uma organização criminosa que atuava no estado praticando crimes contra a administração pública e promovendo a lavagem de dinheiro por meio da dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio de membros da família do governador do Tocantins.

Policiais foram até a casa do governador Marcelo Miranda (PMDB) na quadra 404 Sul para cumprir mandados, mas ele não estava na residência. Um chaveiro foi chamado para abrir a porta. A polícia cumpre mandados também na casa do pai e de irmãos de Miranda. Outro alvo é o secretário de infraestrutura.

Segundo a PF, os mandados foram expedidos pelo STJ, sendo oito mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína (TO), Goiânia (GO), Brasília (DF), Caraguatatuba (SP), e nos municípios de Canãa dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu, no Pará.

Esquema
A PF informou que a investigação apontou um esquema de fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de parentes e pessoas de confiança do governador. A ocultação do dinheiro desviado seria feita por meio de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais, como a compra de fazenda e de gado. A polícia informou ainda que parte do valor foi destinado a formação de caixa dois para campanhas realizadas no estado.

Algumas transações financeiras chamou a atenção dos investigadores. A polícia informou que em um dos casos foi identificada um contrato de compra de gado cujo volume não caberia na propriedade onde deveria estar o rebanho. Essa técnica foi apelidada pelos investigadores como “Gados de Papel”.

Segundo a polícia, em outro caso, "um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos alcançou valores tão exorbitantes que, sendo dimensionadas em horas de voo, obrigariam os aviões a serem abastecidos no ar para que se pudesse suprir o valor integral do contrato".

Os suspeitos devem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva e fraudes à licitação

Reprodução/G1