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Gêmeas Coerin entram na lista de alvos da Operação Lava Jato

Nomes das gêmeas do PT surgiu com as delações de Pascowitch

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Duas gêmeas ligadas ao PT e aos negócios do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu – preso anteontem na 17ª fase da Operação Lava Jato – são investigadas como elo da propina paga pelo lobista Milton Pascowitch a integrantes do partido. Segundo integrantes da força-tarefa criada para apurar o esquema de corrupção na Petrobras, as irmãs Maria e Marta Coerin podem levar as investigações ao núcleo da campanha presidencial de 2010 – quando Dilma Rousseff foi eleita sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva.

Marta Coerin foi um dos alvos da Operação Pixuleco, deflagrada na segunda-feira. Ela trabalha atualmente no PT, segundo registro oficial, e foi funcionária da JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro. Anteontem, policiais federais levaram a investigada para depor, coercitivamente, na sede da PF em São Paulo.

O nome das gêmeas surgiu pela primeira vez nos autos da Lava Jato com as delações de Pascowitch. Segundo o lobista, a empresa Consist Software repassou por seu intermédio “subrepticiamente, valores para o Partido dos Trabalhadores através de João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do PT, preso em Curitiba)”.

Foram repassados ao PT R$ 15 milhões em propina, por meio de contratos de consultoria simulados com a Jamp Engenheiros Associados, empresa do lobista. “Os repasses, de cerca de R$ 12 milhões, teriam sido feitos em espécie. Parte dos valores teria sido recebida por uma emissária de nome Marta Coerin”, disse o Ministério Público Federal.

“Marta foi indicada como emissária de (Renato) Duque (ex-diretor de Serviços da Petrobras) e responsável por recolher dinheiro em espécie com Milton”, informou a PF. “Pesa sobre ela o fato de estar envolvida também com a prática de artifícios para iludir as autoridades públicas em relação a pagamentos de propina”, destacaram os investigadores federais.

“Em uma ocasião (Pascowitch) recebeu uma portadora no Rio de Janeiro, enviada por João Vaccari, de nome Marta, que foi até a residência do declarante e lá recebeu R$ 300 mil”, registrou o MPF. “Marta tem como particularidade ser irmã gêmea de uma outra pessoa conhecida do declarante, uma vez que trabalhava na JD Consultoria”, assinalou o MPF, em referência a Maria Coerin, que também entrou na mira da Lava Jato.

Relatório anexado aos pedidos de prisão de Dirceu e de condução coercitiva de Marta mostram que sua irmã, que também teve vínculos empregatícios com o PT, trabalhou na equipe que cuidava da agenda de campanha de Dilma em 2010. Ela foi beneficiária de 41 transferências realizadas pela JD de 20 de julho de 2011 a 7 de fevereiro de 2013, no total de R$ 163.874,11. À época, ela trabalhava na empresa de Dirceu. Antes disso, de 2006 a 2011, foi funcionária do PT.

(Foto: Reprodução)