O ex-ministro do governo Michel Temer Geddel Vieira Lima disse, em depoimento à Justiça Federal, em Brasília, nesta terça-feira, 6, que as ligações feitas por ele para a esposa do corretor Lúcio Funaro, Raquel Pitta, eram “amigáveis” e buscavam “prestar solidariedade”.
Ao contrário do que diz o Ministério Público Federal (MPF) no processo, Geddel negou ter pressionado para que Funaro ficasse em silêncio e não partisse para acordo de colaboração premiada. O emedebista se disse “abandonado” e acrescentou que foi “lançado no vale dos leprosos”.
“Falei algumas vezes com ela, eram telefones amigáveis. Ela (Raquel) me mandava fotos da filha, mensagens, correntes de orações. (Minhas ligações) eram uma solidariedade pessoal (à prisão de Funaro)”, afirmou antes de fazer o desabafo sobre sua prisão. “Vejo amigos de longa data me lançarem no vale dos leprosos”, complementou.
No processo, Geddel é acusado de obstrução de Justiça. A suspeita é de que ele tentou atrapalhar a delação de Lúcio Funaro, na fase em que ele estava em tratativas com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Na denúncia, o Ministério Público Federal cita as ligações de Geddel para a esposa de Funaro.
Estadão Conteúdo // AO