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Força-tarefa investiga conflito entre índios e fazendeiros no Maranhão

No último domingo, confronto deixou 10 pessoas feridas

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 src=Uma força-tarefa envolvendo agentes da Polícia Civil, Policia Federal, Poder Judiciário e Ministério Público Federal já iniciou a investigação para esclarecer o conflito pela disputa de terras envolvendo índios da etnia Gamela e fazendeiros, no povoado Bahias, na cidade de Viana, a 220 km de São Luís, onde pelo menos dez pessoas, entre indígenas e fazendeiros, ficaram feridas no último domingo (30).

A equipe da força-tarefa se reuniu nesta terça-feira (2) no Fórum de Viana para articular as suas ações. O clima segue tenso na cidade, por isso as equipes da Polícia Federal devem permanecer na região por tempo indeterminado.

A Polícia Civil já ouviu uma mulher que diz ter sido feita refém pelos índios antes do confronto com os fazendeiros. Os investigadores querem identificar cada um dos agressores.

Segundo a Pastoral da Terra, pelo menos dez índios ficaram feridos no confronto com fazendeiros e moradores da região no domingo (30). A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) divulgou números diferentes. Seriam sete feridos, sendo cinco índios.

Três indios ainda permanecem internados no Hospital Tarquínio Lopes Filho, em São Luís. Os médicos operaram a mão direita de Aldelir de Jesus Ribeiro, um dos índios que segundo a OAB, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) sofreram ataques com facões nos braços e que teria tido a mão decepada.

De acordo com o médico Newton Gripp não houve amputação traumática da mão de Aldelir."Quando se fala em decepar é você utilizar o facão e separar as partes da mão e isso não aconteceu. Com o corte houve penetração e cortou o osso, mas a mão ficou presa por estruturas musculares e tendões, pois o osso partiu. Não rompeu arteria nenhuma e quando isso não acontece a mão permanece viva. Ele foi operado e está se recuperando bem, inclusive está recuperando os movimentos da mão".

Conflito

Os índios da etnia Gamela reivindicam uma área de 14 mil hectares no Norte do Maranhão que foi doada pela a Coroa Portuguesa no século XVIII. Eles dizem que os fazendeiros tomaram a área deles no decorrer dos anos.

Conforme a OAB do Maranhão, que acompanha os conflitos por terra na região, os Gamelas estão aguardando processos que correm na Justiça e que garantiriam a retomada de áreas que atualmente estão em poder de não indígenas, mas com a demora para que haja uma decisão judicial os índios estão ocupando áreas por conta própria.

A liderança indígena Kaw Gamela pontua que a comunidade está apenas reivindicando o que é seu por direito. “Que o governo resolva logo isso porque a gente também está cansado de ficar perdendo o nosso direito de ir e vir e a gente não está feliz com isso”, finalizou.

Reprodução: G1