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'Foi uma rajada de um segundo', diz única sobrevivente de atentado a Marielle Franco

Por motivos de segurança, seu destino não foi informado.

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['Foi uma rajada de um segundo', diz única sobrevivente de atentado a Marielle Franco]
Única sobrevivente do ataque ao carro de Marielle Franco (PSOL) na última quarta (14), uma assessora da vereadora deixou o estado do Rio para se proteger. Por motivos de segurança, seu destino não foi informado.

Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, ela disse estar "apavorada" e "despedaçada". “Como não ter medo? Que audácia. Como matar de uma forma covarde uma mulher?”, disse ela, que estava ao lado de Marielle no banco traseiro quando o crime ocorreu.

Marielle foi atingida por quatro tiros. O motorista Anderson Gomes, por outros três. A assessora disse que não percebeu que o ataque era direcionado ao veículo em que estava. Inicialmente, pensou estar no meio de uma troca de tiros.

“Foi apenas uma rajada de um segundo”, contou. Ao todo, 13 tiros foram disparados. Marielle soltou uma interjeição antes do tiroteio e depois caiu sobre a assessora. Anderson falou apenas “ai”.

A sobrevivente conseguiu colocar o veículo em ponto morto e puxar o freio de mão. Deixou o carro agachada, achando ainda se tratar de um tiroteio. Ela contou que demorou a saber que Marielle e Anderson haviam morrido “Só [percebi] quando a polícia chegou, falando de dois mortos e uma sobrevivente”, disse.

Em uma mensagem de celular, chegou a dizer que estava bem, mas que Marielle estava desmaiada e Anderson também.

A vereadora não costumava andar no banco de trás do veículo, disse a assessora, mas naquele dia as duas aproveitavam a viagem para ver fotos no celular. Os criminosos sabiam de sua posição no veículo, pois seguiram o carro desde o último compromisso do grupo, na Lapa, região central do Rio.

Também ao Fantástico, a companheira de Marielle, Mônica Benício, disse que recebeu uma mensagem da vereadora após o encontro perguntando se precisava de algo da rua.

Morando juntas há um ano e meio e com quase 13 anos de relacionamento, as duas planejavam se casar em 2019. Ela disse que Marielle não havia relatado ameças ou riscos à sua segurança. “Ela estava feliz, estava preocupada planejando o casamento para o ano que vem.”

“Só tinha uma maneira de calar minha filha e é o que fizeram com ela”, disse o pai de Marielle, Antônio Franco. A família reagiu à divulgação de notícias falsas em redes sociais ligando Marielle ao tráfico de drogas. “Chamar minha filha de bandida é inadmissível”, afirmou sua mãe, Marinete Franco.

Fonte: Folhapress // AO