Brasil

Fim da bandeira dois divide taxistas e passageiros em São Paulo

Cobrança é opcional há uma semana; tarifa foi unificada em R$ 4,50

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 src=A unificação das tarifas de táxi em São Paulo e o fim da obrigatoriedade da cobrança da bandeira dois completam uma semana nesta quarta-feira (31), provocando reações diferentes em usuários e nos taxistas. Enquanto muitos passageiros aprovaram a mudança apontando a redução imediata dos preços das viagens, parte dos taxistas aponta prejuízos.

A bandeirada foi unificada em R$ 4,50, menos que os R$ 5,65 cobrados antes pelos táxis especiais e que os R$ 6,75 que eram cobrados pelos táxis de luxo. Já a bandeira dois, cobrada entre 20h e 6h durante a semana e durante todo o dia em domingos e feriados, passou a ser opcional.

Para o trainee João Bomeny, as mudanças tornaram o uso do táxi mais atrativo. “Eu achei bem bacana porque como o Uber está oferecendo um serviço bem interessante no mercado. É uma forma de o táxi chegar num precinho bem acessível”, diz. A gerente Kátia Souza diz ver benefícios tanto para os passageiros como para os táxistas com o aumento da procura pelo serviço.

Já o taxista Luis Antônio discordou da mudança. “Eu cobro bandeira dois e não abro mão porque é o meu direito de adicional noturno", afirma. Para o taxista Agostinho de Souza, não houve diferença de procura após as mudanças implementadas pela prefeitura.”Agregar mais passageiro eu acho que não porque a diferença não é tão grande”, diz.

Mudanças
Todos os fatores que compõem o preço final pago pelo passageiro foram unificados para os táxis comuns, rádio-táxi, especial (que circula nos aeroportos), táxi preto e de luxo (que circula nos hotéis). Além da bandeirada em R$ 4,50, também foi fixada, por exemplo, a taxa de quilômetro percorrido em R$ 2,75.

Os motoristas de carros de luxo são os mais inconformados com a unificação da tarifa. “Eu não apoio porque o nosso cliente é diferenciado, a manutenção é mais cara, o carro é diferenciado. Assim, nós só ficamos no prejuízo realmente”, afirma Silena Pereira.

O Sindicato dos Taxistas Autônomos defendeu na semana passada que só reduzir as tarifas não melhora a situação da categoria. “Não vai resolver porque nosso caso é outro, são os carros particulares trabalhando em São Paulo. Motorista que não paga imposto, motorista que não é regulamentado. Se tirar, a praça está normal”, disse o presidente do sindicato, Natalício Bezerra.

O diretor do Departamento de Transportes Públicos (DTP) da capital disse que há espaço para todos que trabalham dentro da lei. “A intenção da Prefeitura é deixar o usuário com todas as condições claras, explícitas, para ele escolher qual o serviço que ele acha mais adequado para ele naquele momento”, disse o diretor do departamento, Roberto Breberode Sihler.

Além das mudanças na tarifa comum, a tarifa intermunicipal deixou de ser cobrada. Essa tarifa aumentava as corridas em 50% quando a viagem era para outra cidade.

Reprodução: G1