Mais influente e respeitada líder religiosa do candomblé em atividade no país, a ialorixá Mãe Stella de Oxóssi, aos 92 anos, virou o alvo principal de um imbróglio envolvendo família, filhos do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá e a psicóloga Graziela Domini. A disputa, que dura pelo menos seis meses, já chegou à polícia e também à Justiça.
Isso porque, ainda nesta sexta-feira (8), familiares e filhos do terreiro protocolaram uma ação contra Graziela, que diz ter escritura pública comprovando ser responsável pelo cuidado de saúde de Mãe Stella.
A decisão de levar o caso à Justiça foi tomada após reunião realizada ontem na Casa de Xangô, no Afonjá, entre integrantes do Ilê. Eles reivindicam o retorno da ialorixá, levada por Graziela para Nazaré, no Recôncavo, onde a psicóloga tem parentes.
A disputa tem como pano de fundo o patrimônio cultural e o legado religioso de Mãe Stella, além dos próprios bens do Afonjá. Familiares e filhos do terreiro acusam Graziela de fechar o Museu Ilê Ohun Lailai – primeiro museu do candomblé, criado em 1982 -, além de retirar móveis tradicionais da Casa de Xangô e substituir Mãe Stella em rituais religiosos, “usurpando a condição de ialorixá ou yakekerê do terreiro”.
Dizem ainda que a psicóloga, que se apresenta como companheira da ialorixá, passou a proibir visitas a Mãe Stella.
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