O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, enviou à primeira instância petições referentes a cerca de 22 políticos baianos, entre eles João Leão (PP), Jaques Wagner (PP), ACM Neto (DEM), Marcelo Nilo (PSL), Waldir Pires (PP), Leur Lomanto Jr. (PMDB), Adolfo Viana (PSDB), Mário Negromonte, Geraldo Simões e Juçara Oliveira, Colbert Martins (PMDB), Mário Kertész e Geraldo Jr (SD), além dos vereadores Paulo Câmara (PSDB), Tiago Correia (PSDB), Henrique Carballal (PMDB), Paulo Magalhães Jr. (PMDB) e Edvaldo Brito (PSD). De acordo com o documento, os delatores da Odebrecht apontaram que o vice-governador João Leão teria recebido “pagamento de vantagem indevida a pretexto de contribuição da campanha eleitoral de João Felipe de Souza Leão à Câmara dos Deputados, ano de 2010”. Além disso, o texto diz que o pepista “figurou como Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), ocasião em que ofereceu favorecimento ao grupo Odebrecht”, em uma espécie de contrapartida. O MPF também citou a “existência de planilha que indica a efetiva realização de pagamentos em favor de João Leão, inclusive com indicação de vinculação à Usina Eldorado”.
Em relação ao prefeito ACM Neto, os ex-executivos da empreiteira André Vital Pessoa de Melo e Benedicto Barbosa da Silva Júnior revelaram repasses não declarados à campanha eleitoral de 2012. Por sua vez, o ex-governador Jaques Wagner teria recebido contribuição para campanha eleitoral. “Tais pagamentos teriam sido motivados pela concessão de benefícios fiscais associados ao ICMS que teriam favorecido o grupo Odebrecht”, diz a petição. “Narra-se ainda que, em 2010, o então governador do estado da Bahia Jacques Wagner teria recebido, a título de presente, um relógio no valor de US$ 20.000,00 (vinte mil dólares)”, acrescenta Fachin. Já em 2014, à época da eleição de Rui Costa, o grupo teria “repassado a Jaques Wagner, também a pretexto de contribuição eleitoral, R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), valores devidos em razão de dívida da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (CERB)”.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima teria recebido caixa 2 em 2006 e 2010. Os delatores Cláudio Melo Filho, Marcelo Bahia Odebrecht e João Antônio Pacífico Ferreira disseram que os pagamentos eram uma espécie de contrapartida por apoio na aprovação de uma medida provisória. Além disso, o MPF aponta que os pagamentos tinham relação com “contratos referentes ao Transporte Moderno de Salvador II (TMS II)”.
Ex-presidente da Assembleia também integra lista O ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Marcelo Nilo (PSL), teria recebido recursos para campanha em 2014. Já os vereadores como Paulo Câmara, Tiago Correia e Henrique Carballal também aparecem relacionados a recebimentos de recursos para campanhas eleitorais. Por sua vez, o vereador Edvaldo Brito aparece ao lado do filho, o deputado federal Antonio Brito. Claudio Melo Filho disse que a Odebrecht apoiou ambos, em 2010: Antônio teria recebido R$ 100 mil, e o pai, que concorria ao Senado, R$ 200 mil.
Além deles, outros 11 políticos com foro privilegiado também foram peticionados, entre os quais estão a senadora Lídice da Mata (PSB), os deputados federais João Carlos Bacelar (PR), José Carlos Aleluia (DEM), Nelson Pellegrino (PT), Jutahy Júnior (PSDB), Arthur Oliveira Maia (PPS), Lúcio Vieira Lima (PDMB) e Antônio Brito (PSD), Daniel Almeida (PCdoB), Mário Negromonte Jr. (PP) e Cacá Leão (PP).(GR)
Reprodução: Tribuna da Bahia