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Executivo Ricardo Saud diz que JBS fez repasse ilegal de R$ 3 milhões para a campanha de Garotinho em 2014

Depoimento de Saud foi dado à Justiça em processo eleitoral que investiga o ex-governador.

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O ex-diretor da J&F, Ricardo Saud, disse à Justiça que a JBS, empresa do grupo, fez um repasse ilegal de R$ 3 milhões para a campanha de Anthony Garotinho na campanha de 2014 para o governo do Rio de Janeiro.

A TV Globo teve acesso ao depoimento, prestado quando Saud ainda estava preso, em fevereiro, em Brasília. Ele falou no processo eleitoral aberto após a operação Caixa D'Água, que prendeu Garotinho e a mulher dele, Rosinha Garotinho, ambos ex-governadores do Rio, e o ex-ministro dos Transportes e então presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues.

Questionado pelas autoridades sobre o repasse de R$ 3 milhões, ponto central do processo, Saud disse que o dinheiro foi levantado a partir de uma operação com notas frias. Segundo ele, a JBS firmou contratos falsos com uma empresa. De acordo com as investigações, a empresa se chama Ocean Link Solutions, o serviço não foi prestado e o dinheiro foi repassado à campanha.

"Não estava dando mais pra dar dinheiro em espécie, estava muito difícil conseguir o montante que a gente estava precisando. Nós pegamos e estávamos fazendo nota dissimulada. Contratos falsos, essas coisas, para poder pagar. E a empresa repassava para os candidatos", afirmou Saud no depoimento.

O delator também contou que o ex-ministro Antônio Carlos Rodrigues segurou, num primeiro momento, o repasse a Garotinho.

"O senador Antônio Carlos ficou umas três semanas tentando não dar esse dinheiro, não repassar o dinheiro para o Garotinho, porque a intenção, pelo que eu entendi, era fazer candidato a deputado federal. Fazer o máximo de federal possível, não governador. Mas chegou uma hora que teve que dar, e eu sei que da gente saíram os R$ 3 milhões para ele", relatou Saud.

O advogado de Anthony Garotinho disse, por telefone, que a doação daJBS foi feita de forma oficial ao partido.

O PR disse, por nota, que o ex-presidente do partido, Antônio Carlos Rodrigues, tem por norma não fazer comentários sobre conteúdos que serão objeto de exame do poder Judiciário.

A reportagem não conseguiu contato com a empresa Ocean Link Solutions.

Fonte: G1 // AO