O ex-procurador-geral do Rio Claudio Lopes é suspeito de ter vazado informações sobre uma operação contra um esquema de fraude na saúde durante a gestão do ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes, que está preso desde o início do mês suspeito de fraude em licitação e corrupção no governo de Sérgio Cabral.
O ex-procurador Cláudio Lopes negou as acusações e disse que o delator está mal informado. Lopes contou que estava afastado da procuradoria-geral do Ministério Público do Rio na época da operação porque concorria à reeleição e que não tinha conhecimento das diligências, nem do passo a passo das investigações sobre a fraude na saúde.
A denúncia contra o ex-procurador-geral de Justiça foi feita por Cesar Romero Vianna Júnior, colaborador da Operação Calicute, braço da Lava Jato no Rio. Cesar Romero foi sub-secretário de saúde de Sérgio Côrtes e foi acusado de fechar contrato superfaturado no valor de R$ 5 milhões para a manutenção de ambulâncias da rede estadual.
Na delação premiada, Romero contou que o ex-procurador vazou informações para o ex-secretário de saúde sobre uma operação de busca e apreensão, em 2010, e que Côrtes ordenou que ele destruísse documentos antes da chegada dos procuradores a sua casa.
No fim de 2010, o Ministério Público denunciou sete pessoas por suspeita de fraude, entre representantes da empresa Toesa e funcionários da secretaria de Saúde do Rio.
Na época, os promotores pediram a condenação da Toesa e propuseram uma ação civil pública contra a empresa. O então subsecretário de saúde César Romero foi exonerado pelo próprio secretário Sergio Côrtes.
Atualmente, Claudio Lopes atua na câmara criminal e é integrante do conselho superior do Ministério Público Estadual.
A delação premiada de Cesar Romero ajudou a Lava Jato a prender Sérgio Côrtes, no início do mês, por suspeita de corrupção e fraude em licitação.
Antes da prisão, o delator gravou conversas com o ex-chefe sobre o esquema de propina na Secretaria Estadual de Saúde. Numa delas, Sérgio Côrtes tenta combinar o que os dois poderiam falar à Justiça.
Reprodução/G1