O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) afirmou nesta sexta-feira, 26, estar aflito e despreparado para ser preso. "Não vou ser falso de dizer que não fico aflito. Fico, fico aflito sim. Mas é uma cobrança descabida, é um excesso o que está se fazendo em cima de mim", disse o ex-governador em entrevista divulgada pela Rádio Super Notícias, de Belo Horizonte. Ao mesmo tempo, o tucano afirmou não estar "raciocinando com essa hipótese" (de prisão). "Não tô preparado para essa hipótese".
Azeredo foi condenado a 20 anos e um mês de prisão por peculato e lavagem de dinheiro no mensalão mineiro. O esquema, conforme denúncia do Ministério Público, desviou cerca de R$ 3,5 milhões de estatais como o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) para a campanha do tucano pela reeleição em 1998, quando foi derrotado por Itamar Franco.
As investigações mostraram ainda que agências de publicidade de Marcos Valério de Souza foram utilizadas na ação.
Azeredo defende-se, dizendo que especificamente em relação ao Bemge, ficou sabendo do episódio de repasse de recursos apenas oito anos depois do ocorrido.
Na terça-feira, 24, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) negou os embargos infringentes de Azeredo. Resta agora apenas um recurso, os embargos declaratórios sobre esta última decisão, cujo prazo de entrada vence na segunda-feira, 30.
Pela sentença de condenação de Azeredo, o cumprimento da pena deve começar quando esgotada a possibilidade de apelação na justiça estadual. A defesa do ex-governador entrou ainda com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Estadão Conteúdo // AO