Brasil

Ex-gerente da Petrobras é preso na Lava Jato

Operação Paralelo cumpre mandados no Rio de Janeiro.

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Força-tarefa da Lava Jato no PR em entrevista coletiva sobre a 39ª fase da operação (Foto: Alana Fonseca/G1)Um ex-gerente da Petrobras foi preso na 39ª fase da Lava Jato, que nesta terça-feira (28) cumpre seis mandados no Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Federal, o mandado de prisão preventiva de Roberto Gonçalves era para o Rio, mas ele foi preso em Boa Vista, Roraima. Roberto Gonçalves sucedeu Pedro Barusco como gerente-executivo da área de Engenharia e Serviços da Petrobras, onde atuou no período de março de 2011 a maio de 2012. "Na sucessão do cargo também se passou o bastão da propina", afirmou o procurador Roberson Pozzobon. Segundo a investigação, Gonçalves usava offshores na China e nas Bahamas para dissipar valores de propina recebidas. Gonçalves já vinha sendo investigado pela força-tarefa da Lava Jato a partir de apurações internas na Petrobras e também por depoimentos prestador por delatores. Em novembro de 2015, ele havia sido preso temporariamente na Lava Jato. Na época, segundo Pozzobon, Gonçalves negou ter contas no exterior.

Dessa vez, a investigação recebeu documentos das autoridades suíças que, segundo o Ministério Público do Paraná, apontam que Gonçalves teria contas no país para ocultar o recebimento de propina. Com essas provas, foi solicitada a prisão preventiva do ex-gerente da Petrobras. Diferentemente da prisão temporária, na prisão preventiva, não há prazo para liberação do suspeito. Ricardo Pessoa, dirigente da UTC, e Mario Goes, operador financeiro do esquema, disseram nas delações premiadas que pagaram propina para Gonçalves. Segundo o MPF, eles apresentaram documentos de quatro depósitos de US$ 300 mil feitos no exterior, a partir de uma conta em nome da offshore Mayana Trading, mantida por Goes. Nesta nova fase da Lava Jato também foram usadas informações das delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht e de Pedro Barusco.

Além de Roberto Gonçalves, o MPF informou que pessoas físicas e jurídicas ligadas à corretora de valores Advalor Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. também são alvos da operação. Segundo o MPF, Goes, Barusco e o ex-gerente da área internacional da Petrobras Eduardo Musa afirmaram que usaram serviços da Advalor para receber propinas de contratos da estatal. O advogado de Roberto Gonçalves, James Walker, afirmou que não vai se manifestar sobre as acusações porque ainda não teve acesso a todas as peças dos autos do caso. Segundo ele, Gonçalves estava visitando familiares em Roraima e foi surpreendido pela operação. O advogado disse que chegará em Curitiba nesta quarta-feira (29) para ter acesso aos autos e, só depois, vai se pronunciar.

Reprodução: G1 Paraná