O ex-diretor da Odebrecht, Fernando Sampaio Barbosa, afirmou em depoimento prestado na manhã desta segunda-feira (6), por videoconferência com São Paulo (SP), ao juiz federal Sérgio Moro, que o apelido "Italiano" era uma referência ao ex-ministro Antônio Palocci, preso pela Lava Jato em setembro de 2016.
"A gente sabia que o 'Italiano' era o Palocci", disse Fernando Sampaio Barbosa, que foi arrolado como testemunha de defesa do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.
Moro quis saber mais detalhes, e Fernando respondeu: "Eu sabia. Eu tinha sido informado pelo Márcio Faria [ex-diretor da Odebrecht, já condenado na Operação Lava Jato]."
A força-tarefa da Operação Lava Jato apurou que o setor de Operações Estruturadas da Odebrecht pagava propina para agentes públicos. As investigações apontavam que "Italiano" se referia a Antônio Palocci.
Fernando Sampaio Barbosa afirmou que não conhece Antônio Palocci pessoalmente e que nunca tratou assuntos com ele. A defesa do ex-ministro rechaçou as acusações e afirmou que Antônio Palocci é inocente.
Depoimentos
Sete pessoas foram ouvidas e uma não compareceu à audiência na manhã desta segunda-feira. Duas testemunhas foram arroladas pela defesa do empresário Marcelo Odebrecht e o restante, pela defesa do ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic.
O Ministério Público Federal (MPF) aponta que há evidências de que o Palocci e Branislav Kontic receberam propina para atuar em favor da Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013.
Reprodução: Jornal do Brasil