Sob um sol de rachar, com uma temperatura de 35 graus pela manhã, Gabriel, de apenas 3 anos, era só alegria no último sábado. De sunga e besuntado de protetor, o pequeno se divertia com a família no Parque de Deodoro, complexo de esportes e lazer da Zona Oeste que foi aberto ao público em 23 de dezembro do ano passado. Na água cristalina do piscinão, o menino aprendia a nadar. Com uma boia verde-limão em cada um dos braços miúdos, dava as primeiras braçadas observado de perto pela mãe. “Sempre na borda, hein? Nada de ir para o fundo”, repetia a auxiliar administrativa Jaqueline Alves, que levou sete crianças para o passeio. Antes de sair de casa, ela preparou pastéis e cachorro-quente para a garotada. Um ritual feito por muita gente que resolveu passar o dia ali: em todos os cantos, era possível ver potes com sanduíches e caixas de isopor cheias de refrigerante e cerveja. Além de, é claro, sorrisos em profusão.
Hoje, os frequentadores se despedem temporariamente da área de lazer de 500 mil metros quadrados. O segundo maior parque da cidade (atrás apenas do Aterro do Flamengo) será fechado ao público e entregue ao comitê organizador Rio-2016. Mas, antes mesmo das Olimpíadas, os cariocas puderam aproveitar um de seus principais legados. Durante os Jogos, que começarão em 5 de agosto, o complexo será palco das competições de canoagem slalom, ciclismo BMX e mountain bike.
— Nem esquento a cabeça com as crianças, há bastante segurança. Foi ótimo para a região ganhar uma área de lazer assim. Mesmo recebendo um grande público, o parque é amplo, todo mundo consegue se divertir sem problemas. Estamos vindo quase todos os fins de semana — contou Jaqueline, que disse só estar preocupada com uma coisa: a manutenção do espaço depois dos Jogos. — Quero ver se, após as Olimpíadas, o pessoal continuará tendo o cuidado que vemos hoje. O poder público não pode nos abandonar. E, obviamente, o povo também tem que tomar conta, não estragar o que ganhou.
No segundo fim de semana de janeiro, o Parque de Deodoro chegou a receber 27 mil pessoas. Em duas ocasiões, seguranças tiveram de interromper a entrada de banhistas, já que a capacidade máxima do piscinão é de seis mil pessoas. Segundo a administração, o parque teve uma média de quatro mil visitantes por dia ao longo de pouco mais de dois meses.
A promotora de eventos Kátia Luzia Claudino de Araújo estava entre os frequentadores mais assíduos. Moradora de Ricardo de Albuquerque, ela definiu o local com apenas uma palavra: “incrível”.
— É uma área de lazer enorme e bem cuidada. A região ainda precisa de vários serviços fundamentais, mas a gente não quer só o básico. Precisamos de diversão também — afirmou Kátia pouco antes de se juntar a uma turma que, no piscinão, repetia os movimentos feitos pelo animador Edmundo Sarcineli.
Foto: Reprodução/O Globo