Em setembro do ano passado, o governo lançou a proposta de um novo Ensino Médio, com mudanças que provocaram polêmica. Um ano depois, mostramos o que já mudou — e os problemas enfrentados pelas escolas para colocar o projeto em funcionamento.
A meta é ter carga horária de, no mínimo, mil horas, em até cinco anos. O novo Ensino Médio prevê um currículo comum para todo o país – equivalente a 60% do curso. O restante será escolhido pelo aluno, de acordo com a carreira que quiser seguir e com as opções que a escola oferecer.
Um ano depois de anunciadas as mudanças, o currículo básico ainda não foi definido pelo Ministério da Educação. A previsão é abril até ano que vem. E as escolas públicas que já aderiram ao período integral estão tendo dificuldades para receber recursos.
Mostramos no vídeo acima uma das escolas que implantaram o Ensino Médio em tempo integral este ano em Brasília. Ela teria direito a R$ 280 mil para investir na adaptação da estrutura para receber os estudantes durante o dia inteiro, mas como o dinheiro não chegou, melhorias básicas como a construção do refeitório estão sendo feitas com dinheiro arrecadado pelos alunos e professores junto à comunidade.
O projetor é a professora quem traz de casa. O diretor da escola diz que o MEC já repassou a verba. Falta a liberação pelo governo do Distrito Federal.
No Amapá, onde só 3% dos alunos do nível médio da rede pública estão no ensino integral, os educadores também reclamam da dificuldade de acesso ao dinheiro repassado pelo MEC. E, sem refeitório, os alunos comem em mesas no pátio.
O MEC diz que repassou este ano R$ 230 milhões para todos os estados para implantação do ensino médio em tempo integral. Em 2017, 105 mil estudantes se matricularam neste novo modelo – 70% da meta estabelecida pelos próprios estados.
Outro lado
A Secretaria de Educação do Distrito Federal disse que equipamentos comprados com a verba do MEC como armários, ar-condicionado e equipamentos de cozinha estão em sendo catalogado e que aguarda licitação para obras de adaptações da estrutura física das escolas. E o governo do Amapá disse que a licitação para a construção do refeitório no colégio mostrado na reportagem será em outubro, com obras previstas para começar em novembro.
Fonte: G1