TV teve acesso ao depoimento de Rino Polato, de 59 anos, que sobreviveu após ter ficado por duas horas com criminosos do morro dos Prazeres, em Santa Teresa, nesta quinta-feira (8). Ele disse que, após ter visto o primo, Roberto Bardella, ser morto por um tiro na cabeça pelos criminosos, ele circulou por duas horas com os criminosos dentro de um carro na comunidade. Ao ser liberado, Polato disse que um criminoso colocou uma arma contra o seu rosto e ameaçou matá-lo caso ele contasse o que havia ocorrido na comunidade.
A polícia disse que durante o tempo em que Rino ficou em poder dos bandidos, os criminosos estavam em contato com o chefe do tráfico no morro dos prazeres que decidia o que fazer.
Polato saiu do Cristo Redentor junto com Bardella por volta das 10h, 10h30, e foram seguindo as indicações do GPS. Em um dado momento, eles entraram em uma das ruas que dava acesso a uma comunidade, que a polícia identificou como sendo Morro dos Prazeres.
A polícia Civil do Rio tentava cumprir, nesta sexta-feira (9), 7 mandados de prisão contra seis suspeitos de terem matado o turista italiano Roberto Bardella, de 52 anos, após ele e o primo, Rino Polato, de 59 anos, terem entrado por engano em uma rua repleta de traficantes em Santa Teresa, no Centro do Rio. As motos que Polato e Bardella utilizavam para viajar por pontos turísticos do Rio estavam na Divisão de Homicídios na manhã desta sexta.
Rino identificou sete suspeitos, dentre eles um menor de idade, durante depoimentos à Divisão de Homicídios e à Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) logo após o crime, ocorrido nesta quinta-feira (8). A DH pediu as prisões durante a madrugada e A juíza Maria Izabel Pena Pieranti, do Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, determinou as prisões temporárias por 30 dias dos seis suspeitos que são maiores de idade.
Segundo informações preliminares, Bardella foi baleado na cabeça. Os dois amigos viajavam em motos pela América do Sul e já tinham passado pelo Paraguai e Argentina, além de Curitiba e Foz do Iguaçu, onde visitaram as cataratas.
Prisão temporária
Ao decretar a prisão temporária dos acusados, a juíza Maria Izabel Pena Pieranti destacou a violência contra as vítimas e a repercussão do crime na vida da cidade do Rio de Janeiro. do Rio de Janeiro.de do Rio de Janeiro.
Ao decretar a prisão temporária dos acusados, a juíza Maria Izabel Pena Pieranti destacou a violência contra as vítimas e a repercussão do crime na vida da cidade do Rio de Janeiro.
“Tenho que a conduta dos indiciados não atingiu apenas o patrimônio, a vida e o direito de ir e vir das vítimas, ambas turistas italianos. Em verdade, o hediondo episódio maculou, ainda mais, o nome e a fama desta sofrida cidade do Rio de Janeiro e, por via de consequência, de todo o Brasil, que ostenta alarmantes índices de criminalidade urbana. Como cidadã e como magistrada que sou, tristemente declaro que me envergonho a cada nova ocorrência similar. E a imprensa local, nacional e estrangeira – sensível e eloquente voz da sociedade -, fez repercutir a notícia, dando larga divulgação ao crime que a todos chocou sobremaneira. Com efeito, o evento evidencia a extrema vulnerabilidade dos cidadãos que aqui vivem ou que por aqui passam. E, pior ainda, o evento ora versado e analisado não foi um episódio isolado. Ao contrário e, lamentavelmente, várias outras situações assemelhadas ocorreram nos últimos tempos. Em verdade, estão elas se tornando corriqueiras”, disse a magistrada na decisão.
Corpo encontrado
Segundo informações do comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Prazeres, policiais receberam uma denúncia, por volta das 11h, de que dois turistas tinham desaparecido na favela.
A Coordenadoria de Polícia Pacificadora informou que foi feito um cerco na região e o corpo de um deles foi localizado na Rua Cândido de Oliveira. O segundo turista foi resgatado sem ferimentos pelos agentes em um dos acessos ao morro.
As duas motocicletas em que eles estavam também foram recuperadas pelos PMs. A morte do turista foi destaque nos principais jornais da Itália, destacando a insegurança da cidade.
Três mortos em 15 dias
Em 15 dias, três pessoas de nacionalidade italiana foram assassinadas no Brasil. O Serviço de Cooperação Internacional da Polícia da Itália participou da investigação dos dois primeiros casos e, agora, está no Rio de Janeiro para cooperar com a Divisão de Homicídios na investigação da morte de Roberto Bardella, de 52 anos, morto por criminosos armados no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, no Centro do Rio.
Segundo o Serviço Italiano, os outros dois homicídios acontecerem em Morro de São Paulo, na Bahia, e em Fortaleza, no Ceará.
Nesta sexta-feira (9), o representante Italiano esteve com o delegado titular da DH, Fábio Cardoso, nas diligências.
Reprodução/G1