Brasil

Dólar fecha abaixo de R$ 3,18 e renova menor nível em 2 meses

Moeda dos EUA perdeu 0,50% frente ao real na terceira queda da semana, cotada a R$ 3,1756.

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Pacote com notas de US$ 5 (Foto: Reuters/Gary Cameron)

O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (12), sintonizado com o comportamento da moeda norte-americana no exterior e com expectativas de entrada de recursos de fora, em meio a um tom mais otimista com a economia brasileira diante da redução dos juros e menor força da inflação.

A moeda norte-americana caiu 0,50%, vendida a R$ 3,1756, na terceira baixa da semana. Mais cedo, chegou a bater R$ 3,1532 na mínima da sessão, com queda de mais de 1%, segundo a Reuters. Veja a cotação.

Na semana, o dólar recua 1,43% frente ao real. No acumulado do ano, a moeda perde 2,28%.

Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h14, queda de 0,85%, a R$ 3,1644
Às 9h49, queda de 0,81%, a R$ 3,1656
Às 10h29, queda de 0,91%, a R$ 3,1625
Às 11h19, queda de 0,87%, a R$ 3,1637
Às 11h39, queda de 0,67%, a R$ 3,17
Às 12h40, queda de 0,4%, a R$ 3,1787
Às 13h39, queda de 0,47%, a R$ 3,1765
Às 14h59, queda de 0,28%, a R$ 3,1828
Às 16h20, queda de 0,46%, a R$ 3,1768

"O corte (da Selic) também indicou maior confiança do Banco Central de que a inflação está caindo… Isso é uma leitura positiva para a retomada da atividade", resumiu o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado, à Reuters.

Na noite passada, o Banco Central surpreendeu ao reduzir a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, a 13% ao ano, intensificando o ritmo de afrouxamento monetário para além do esperado pelo mercado diante de sinais de retomada econômica mais demorada após dois anos de profunda recessão.

Também passou a ver a inflação abaixo do centro da meta neste ano, em 4%, contra 4,4% antes, sugerindo espaço suficiente para mais cortes robustos na Selic. Juros menores tendem a estimular o consumo por baratear o crédito.

Apesar do corte significativo da Selic, o juro doméstico segue como o mais alto do mundo, segundo levantamento da Infinity Asset, o que mantinha a atratividade do Brasil aos investidores. Como o Banco Central sinalizou que deve aprofundar o tamanho dos cortes, muitos investidores estrangeiros podem antecipar suas aplicações no Brasil, segundo a Reuters.

Essas expectativas de mais ingressos de recursos também foram alimentadas por emissões de empresas. Depois da Petrobras, a Fibria também anunciou captação no exterior.

Cenário externo

A cena externa também contribuiu para a queda do dólar nesta sessão, com a moeda norte-americana recuando ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como o pesos mexicano e chileno, depois de o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não ter trazido nada de alarmante em sua entrevista da véspera.

O recuo da moeda norte-americana fez crescer nas mesas de operação expectativas sobre eventual atuação do BC no mercado de câmbio, já que patamares abaixo de R$ 3,20 são tidos como um sinal de alerta. A autoridade monetária não interfere no câmbio desde o dia 13 de dezembro.

Última sessão

Na véspera, o dólar caiu 0,22%, vendido a R$ 3,1916, após bater mais de 1% de alta e ir R$ 3,2308 na máxima do dia, segundo a agência Reuters. Foi novamente o menor nível de fechamento desde 8 de novembro passado, quando fechou a R$ 3,1674.

Reprodução/G1