O dólar inverteu tendência de queda e subiu com força ao patamar dos R$ 3,19 nos minutos finais de negociação nesta terça-feira, 22, após o encerramento da reunião da comissão mista do Congresso sem a votação da Medida Provisória (MP) 777, que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP). No entanto, uma sinalização de reabertura da sessão arrefeceu o nervosismo do mercado, levando o dólar a terminar praticamente estável. Antes disso, o dólar tinha zerado as perdas do dia em meio a um movimento técnico de cobertura de posições de bancos, após forte ingresso de capital estrangeiro através da bolsa devido à proposta de privatização da Eletrobras.
De acordo com um gerente de mesa de derivativos, o movimento foi acentuado no câmbio, uma vez que a aprovação já estava no preço e um adiamento sinaliza incertezas em relação às demais reformas previstas. O presidente da Comissão, Lindbergh Farias (PT-RJ), encerrou a sessão alegando que não ficou comprovado que a MP 777 não afetará as metas fiscais.
Pouco antes do estresse no mercado, o dólar tinha praticamente zerado as perdas do dia em meio a um movimento técnico de cobertura de posições de bancos, após forte ingresso de capital estrangeiro através da bolsa devido à proposta de privatização da Eletrobras.
“Pela manhã houve um forte ingresso de capital estrangeiro através da bolsa para elevar a Eletrobras e agora à tarde o que vimos foi um movimento de reversão com os bancos cobrindo posições, uma vez que ninguém quer ficar exposto porque o momento exige certa cautela”, disse o operador da corretora Multimoney Durval Corrêa.
O Ministério de Minas e Energia anunciou ontem à noite a proposta de desestatização da Eletrobras. “A notícia de privatização foi uma surpresa enorme, o que gerou queda mais acentuada do dólar pela manhã”, uma vez que sinaliza entrada de recursos para reduzir a dívida pública, “mas com o fato de ainda não serem divulgados os detalhes, o dólar passou por um ajuste”, pontuou o diretor de câmbio da Abrão Filho, Fernando Oliveira.
No mercado à vista, o dólar terminou em leve alta de 0,01%, aos R$ 3,1699. O giro financeiro somou US$ 1,19 bilhão. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1467 (-0,72%) e, na máxima, aos R$ 3,1914 (+0,68%).
No mercado futuro, o dólar para setembro caiu 0,09%, aos R$ 3,1685. O volume financeiro movimentado somou US$ 13,53 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1525 (-0,59%) a R$ 3,1970 (+0,80%).
Estadão Conteúdo