O desemprego no Brasil chegou a 11,2% no trimestre encerrado em abril, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Mensal divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. A taxa é a maior da série iniciada em 2012. Em igual período do ano passado, a taxa de desemprego no país ficou em 8%. Já no período entre novembro e janeiro — que é considerado o trimestre imediatamente anterior —, a taxa de desocupação foi de 9,5%. O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos ficou em R$ 1.962.
A previsão do mercado, segundo analistas consultados pela agência Bloomberg, era que a taxa de desemprego ficasse em 11,1%. As estimativas variavam entre 10,9% e 11,3%.
Na comparação com o período que vai de novembro de 2015 a janeiro passado, a taxa de desemprego cresceu 1,7 ponto percentual, de 9,5% a 11,2%. Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi ainda mais intensa, de 3,2 pontos.
A população desocupada foi estimada em 11,4 milhões de pessoas, o que representa um aumento de 42,1% ou mais 3,4 milhões de pessoas procurando emprego em relação ao contingente observado entre fevereiro e abril de 2015. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a alta é de 18,6% ou mais 1,8 milhão de desocupados.
Já a população ocupada foi estimada em 90,6 milhões de pessoas e apresentou redução de 1,7%, ou 1,5 milhão de pessoas, quando comparada com igual período de 2015. Frente aos três meses imediatamente anteriores, a queda foi de 1,1%.
O número de empregados com carteira assinada caiu tanto em relação a igual período do ano passado — entre fevereiro e abril — quanto entre novembro de 2014 e janeiro de 2015, que é o considerado o trimestre imediatamente anterior. Na primeira comparação, o recuo foi de 4,3% ou 1,5 milhão de pessoas, enquanto frente ao trimestre entre novembro e janeiro a perda foi de 1,8%.
O setor que mais dispensou trabalhadores frente ao trimestre anterior foi a indústria em geral, com menos 473 mil pessoas (-3,9%). Em seguida aparecem a construção, com menos 400 mil trabalhadores ou -5,1%, e comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-1,7% ou menos 302 mil pessoas). Segundo o IBGE, as outras áreas pesquisadas não registraram variação estatisticamente significativa.
Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado indústria geral recuou 11,8% (-1,6 milhão de pessoas), enquanto a de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas encolheu 7,8% (-820 mil pessoas). Os outros setores, afirma o IBGE, ficaram estáveis. Por outro lado, foram registradas altas em transporte, armazenagem Correio (5,3% ou 227 mil pessoas); serviços domésticos (5,1% ou 306 mil pessoas) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,5% ou 384 mil pessoas).
No primeiro trimestre de 2016, o desemprego ficou em 10,9% no primeiro trimestre, atingindo 11,1 milhões de pessoas. No resultado de março, a taxa acelerou com força, crescendo 3 pontos percentuais em um ano e 1,9 ponto em relação ao trimestre anterior. Agencia o Globo
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