Brasil

Cunha pedia dinheiro para não dificultar pleitos da Odebrecht

Ex-deputado preso teria ganho R$ 4,6 milhões para garantir operações no mercado

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Paulo Cesena afirmou na delação que o ex-deputado preso Eduardo Cunha teria pedido dinheiro para campanha eleitoral em troca de não criar dificuldades para que pleitos da Odebrecht Transport fossem aprovados no conselho do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). Cunha teria recebido R$ 4,6 milhões da empresa.

Segundo Cesena, a informação sobre Cunha chegou a ele por meio de Benedicto Junior, presidente da construtora e responsável por negociar com políticos o repasse de dinheiro ilegal. Cunha teria informado a Junior que estava acompanhando o pedido de capitalização de R$ 430 milhões da Transport pelo FI-FGTS e a aprovação da compra pelo FI-FGTS de debêntures de R$ 80 milhões emitidas pela Transport no mercado.

"Cunha teria assegurado, naquele momento, que, da parte dele, os processos não encontrariam dificuldades para serem aprovados pelo Comitê do FI-FGTS (…) mas que contava com o apoio da companhia no período eleitoral”, disse Cesena.

Ambas as operações foram aprovadas e os valores foram desembolsados pelo FI-FGTS. A prestação de contas de Cunha de 2014 não traz informação sobre nenhuma doação da holding Odebrecht. Procurados, os advogados de Eduardo Cunha não quiseram comentar o teor da delação de Cesena.

Reprodução: O Globo