Os presídios federais de segurança máxima, planejados inicialmente para isolar chefes de facções, permitem hoje um maior convívio entre criminosos de alta periculosidade e presos comuns, criando cenário propício para a expansão de organizações criminosas dentro das prisões, segundo indica um relatório da DPU (Defensoria Pública da União) obtido com exclusividade pelo UOL.
O órgão aponta que apenas 20% dos internos da Penitenciária Federal de Catanduvas, no oeste do Paraná, tem perfil de liderança nas facções. Para a DPU, houve um desvirtuamento da finalidade desses presídios. Segundo o relatório, decisões da Justiça estadual, como transferências sem o devido embasamento para essas unidades e renovações automáticas de permanência de detentos comuns, facilitam que eles sejam cooptados pelo crime organizado.
Esse cenário foi constatado em vistoria entre 17 e 19 de setembro de 2019 no presídio que abrigava Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, encontrado morto na própria cela em 22 de setembro deste ano.
Reprodução: UOL Notícias