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CPI da Merenda aprova relatório que isenta políticos

PMs arrastaram à força os jovens para o lado de fora. Houve tumulto e a CPI foi paralisada por alguns minutos.

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Resultado de imagem para Em sessão tumultuada, CPI da Merenda aprova relatório que isenta políticosA sessão final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Merenda na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), na manhã desta terça (13) foi marcada por tumulto entre estudantes e a polícia militar. A confusão começou quando o presidente da CPI, Marcos Zerbini (PSDB), ordenou a retirada do plenário de jovens que ocupavam a galeria e começaram a xingar deputados durante a fala do também tucano Barros Munhoz, que defendia o relatório apresentado pelo deputado Estavam Galvão (DEM). PMs arrastaram à força os jovens para o lado de fora. Houve tumulto e a CPI foi paralisada por alguns minutos.De acordo com a assessoria de imprensa da PM, um indivíduo foi conduzido à delegacia por desacato e resistência. Segundo a assessoria de imprensa do PT (Partido dos Trabalhadores), que acompanhava a sessão, o outro estudante apreendido era menor de idade e foi encaminhado para a delegacia para que fosse feito um exame de corpo de delito.

Votação

Por 6 votos a 1, os deputados aprovaram o relatório final da CPI, que apurou pagamento de propina e superfaturamentos em contratos da merenda escolar durante o governo Geraldo Alckmin (PSDB) entre 2011 e 2014.

O relatório afinal aprovado pela CPI não responsabiliza nenhum político pelas fraudes encontradas. "No decorrer dos trabalhos investigativos, o que podemos verificar com a reconstrução dos fatos, buscando a maior coincidência possível com a realidade cronológica dos procedimentos em análise, é a ausência de participação dos nomes políticos citados", afirmou Galvão, no documento.

Ao todo, o relatório final propõe indiciar 20 pessoas –entre elas, membros da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), funcionários da Secretaria da Educação e servidores da Assembleia. 

Um dos políticos citados no depoimento do principal delator da Operação Alba Branca é o presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB). A CPI concluiu que não havia indícios de que ele tivesse participado do esquema. No entanto, José Merivaldo dos Santos e Jéter Rodrigues Pereira, ex-assessores de Capez, foram indiciados sob suspeita de desvio de dinheiro.

Único parlamentar de oposição na comissão, o deputado Alencar Santana (PT) votou contra o relatório do deputado Estavam Galvão e apresentou um relatório alternativo, no qual afirma haver indícios ainda não investigados contra Capez e outros agentes públicos e políticos poupados pela base governista de Alckmin.

Ele também afirmou haver um prejuízo de mais de R$ 8 milhões aos cofres do estado nos contratos assinados pela Secretaria Estadual da Educação com a Coaf.

Reprodução: UOL *Com Estadão Conteúdo