Após a reportagem da TV Globo flagrar a ação de um homem que anunciava a venda de diplomas falsos na internet, os conselhos regionais de Radiologia, Farmácia e Odontologia do Distrito Federal denunciaram, nesta quinta-feira (20), o recebimento de diplomas falsos.
A instituição responsável por credenciar os novos técnicos em radiologia diz receber de três a quatro documentos falsos por ano. Dentre os casos, o presidente do conselho, Valcir Bezerra, diz ter descoberto um suposto profissional que atuava como radiologista e professor da área.
“É um dado que preocupa porque pode causar tanto um dano pro profissional quanto pro paciente”, afirma.
Já o Conselho Regional de Odontologia (CRO) denunciou duas pessoas que tentaram conseguir o registro profissional apresentando diplomas de faculdades de Minas Gerais e da Bahia. As duas universidades disseram ao conselho que os alunos nunca foram matriculados.
O presidente do CRO, Samir Najjar, alerta que o “jeitinho” pode custar caro para o falsificador e pra saúde do paciente.
“A gente sempre orienta a população no sentido de observar as condições de atendimento, o consultório e o profissional que tá te atendendo pra ver se é aquilo realmente o que você quer.”
Fraude investigada
Na última quarta (19), a TV Globo mostrou o caso de venda de diplomas de curso superior na internet. O repórter Fabiano Andrade entrou em contato com um anunciante, fingindo interesse num diploma do curso de farmácia, mesmo sem ter cursado a faculdade.
“Tenho que apresentar uma documentação na sexta-feira da semana que vem pro conselho de farmácia do distrito federal aqui em Brasília e eu ainda não concluí o curso. Você tem como me agilizar? Como a gente pode fazer?”, questiona.
Por mensagem de texto, o vendedor oferece o diploma de farmacêutico. O suspeito afirma ter “condições de fazer a documentação sem nenhum registro” e cobra até R$ 1,2 mil pela falsificação.
“Apenas a documentação, sem nenhum registro, eu vou conseguir fazer ela pra você a R$ 1.000, R$ 1,2 mil. […] acho que uns 5, 6 dias eu consigo te entregar ela.”
De acordo com a Polícia Civil, a falsificação de documentos é crime. A pena prevista para a apresentação de documento falso é de até seis anos de prisão.
Reprodução/G1