A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou, nesta quarta-feira, um requerimento para convidar o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a prestar esclarecimentos sobre o argumento utilizado pelo general do Exército Hamilton Martins Mourão para defender uma intervenção militar no país. O ministro não é obrigado a comparecer. Com autoria do deputado Leo de Brito (PT-AC), o texto do requerimento enfatiza palestra ministrada pelo general na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília, quando afirmou que “ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso”.
Mourão se pronunciou após a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer ter sido protocolada pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O general falou sobre uma possível intervenção militar ao responder uma questão formulada pela organização do evento, que dizia que "a Constituição Federal de 88 admite uma intervenção constitucional com o emprego das Forças Armadas".
"Excelente pergunta. É óbvio, né, que quando nós olhamos com temor e com tristeza os fatos que estão nos cercando, a gente diz: 'Pô, por que que não vamo derrubar esse troço todo?' Na minha visão, aí a minha visão que coincide com os meus companheiros do Alto Comando do Exército, nós estamos numa situação daquilo que poderíamos lembrar lá da tábua de logaritmos, 'aproximações sucessivas'."
Membros da comissão da Câmara também aprovaram requerimento de convite ao ministro da Saúde, Ricardo Barros, para que ele possa explicar o processo de escolha de uma empresa cubana para a fabricação de medicamentos
Reprodução: O Globo