Nove pessoas ficaram feridas em um acidente envolvendo dois trens que colidiram na altura da Estação São Cristóvão da SuperVia, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quarta-feira (27). Entre os feridos está um dos maquinistas, que ficou preso entre os destroços. Sete feridos foram levados para o Hospital Souza Aguiar, e um foi para o Salgado Filho, no Méier.
Mais de quatro horas após a colisão, o maquinista ainda estava entre as ferragens e respirava com a ajuda de balão de oxigênio. Ele permanece consciente e, segundo a equipe de reportagem da GloboNews, está conversando com as equipes de resgate.
Outra vítima do acidente é o encanador Sandro Ricardo Moreira, morador de Duque de Caxias, que estava indo para Cascadura e teve uma luxação no joelho esquerdo durante a colisão do trem.
Sandro contou que a composição ficou parada por dez minutos antes do impacto. "Eu rolei no chão, bati e machuquei”, disse o encanador, que todos os dias faz a baldeação na estação de São Cristóvão.
A colisão aconteceu entre um trem do ramal de Deodoro, que vinha da Central, e uma composição ainda não identificada que também saiu da Central. O acidente aconteceu às 6h55.
O choque foi tão violento que a locomotiva de um dos trens se soltou do chassi e ficou esmagada. Bombeiros tentavam desde as 7h15 abrir caminho entre esses destroços para soltar o condutor.
Bombeiros dos quartéis do Centro, Praça da Bandeira e Vila Isabel trabalham no resgate com o auxílio de alicates hidráulicos e desencarceradores, utilizados para cortar peças de aço.
Quase três horas depois do acidente, bombeiros ainda tentavam retirar o maquinista das ferragens, por volta das 10h. O calor no local é grande e bombeiros que não atuam diretamente nas ferragens distribuíam água para os companheiros.
Uma equipe começou às 10h a serrar a lataria pelo teto de um vagão para chegar até a vítima. Eles já retiraram parte do entulho, mas precisam entrar cada vez mais entre as ferragens para tentar resgatar o maquinista.
Estrondo e queda
Passageiros que estavam em um dos trens contam que ficaram assustados no momento da colisão e que muita gente caiu. Segundo Andreia Mathias, que estava a caminho do trabalho, as pessoas só se deram conta da gravidade da batida quando saíram da composição.
“A gente escutou aquele baque, e todo mundo caiu dentro do trem. Aí um camelô tentou nos acalmar, né, acudiu alguém que caiu e falou: 'Gente, calma, fica calma que foi só o trem que descarrilhou. Aí, nisso que nós levantamos e começamos a andar, estavam vindo os guardas e o apoio da SuperVia. Quando nós saímos do trem que nós vimos a gravidade que foi”, afirmou Andreia.
Investigação
Em nota, a concessionária informou que uma sindicância foi instaurada para apurar as causas do choque.
A Agetransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro) informou, em nota, que está investigando as circunstâncias do acidente.
"Equipes técnicas foram enviadas à estação para fazer o levantando do local do acidente. Além das causas da colisão, também serão objeto de análise pela agência reguladora a adequação do atendimento prestado aos usuários pela concessionária SuperVia e dos procedimentos adotados para o restabelecimento da normalidade na operação comercial dos trens. A concessionária poderá ser multada", afirmou a nota.
G1 // AO