A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) vai anunciar nesta quarta-feira (6) seu apoio formal à aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A decisão deixa em situação desconfortável a ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Ela é presidente licenciada da CNA e tem se posicionado contra o afastamento da presidente.
A medida foi tomada nesta última terça-feira (5), após uma reunião por teleconferência com dirigentes de federações estaduais de agricultura de todo o País. Integrante da Frente Parlamentar da Agricultura, o deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS) participou do encontro e confirmou que a CNA irá formalizar seu apoio o impeachment.
Heinze contou ao jornal “O Estado de S. Paulo” que a decisão foi motivada, sobretudo, após um integrante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) defender invasões de terra como estratégia para enfrentar o processo de impeachment durante evento no Palácio do Planalto. “Falaram isso na frente da ministra da Agricultura, do ministro da Justiça”, ressaltou o deputado Heinze (PP-RS), integrante da Frente Parlamentar da Agricultura. “Não podemos aceitar que queiram invadir a nossa casa”, completou.
A defesa de invasões foi feita pelo secretário de Finanças da Contag, Aristides Santos na última sexta-feira, 1. “A forma de enfrentar a bancada da bala contra o golpe é ocupar as propriedades deles ainda lá nas bases, lá no campo. E é a Contag são os movimentos sociais do campo que vão fazer isso. Ontem (dia 31) dizíamos na passeata: vamos ocupar os gabinetes, mas também as fazendas deles. Porque se eles são capazes de incomodar um ministro do Supremo Tribunal Federal, nós vamos incomodar também as casas, as fazendas e as propriedades deles”, disse.
Segundo o jornal apurou, praticamente todas as entidades apoiaram a medida. Entre as exceções, está a federação de Tocantins, Estado pelo qual Kátia foi eleita senadora duas vezes – ela também está licenciada do Senado.
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