Entenda

Chocolate faz bem ou mal? O que dizem os especialistas sobre o consumo na Páscoa

Nutricionista Vitória Camargo tirou dúvidas e deu dicas aos amantes do doce

Foto: Reprodução/TV Brasil
Foto: Reprodução/TV Brasil

A Páscoa está chegando e enquanto uns ‘usam e abusam’ do chocolate, outros preferem evitar o doce para não ingerir tanto açúcar e calorias. São diversas as dúvidas sobre o consumo consciente na época festiva, inclusive, se comer o ovo de Páscoa pode fazer mal.

Para a nutricionista Vitória Camargo, não é necessário desespero. O doce não faz mal, porém, depende. Ao PS Notícias ela conta as condições que fazem o ovo da Páscoa se tornar o inimigo dos consumidores.

Para começar, ela explica que o chocolate tem seus benefícios. O doce apresenta compostos fenólicos, como, por exemplo, taninos e flavonoides, que são antioxidantes e anti-inflamatórios, sendo associado até mesmo como um protetor cardiovascular.

O problema, contudo, é a transformação feita no chocolate. “A indústria pega esse chocolate, a matéria bruta, que é o cacau, e adiciona muitos açúcares, aromatizantes e corantes. Isso acaba diminuindo até o teor desses compostos fenólicos”, afirma.

Segundo a nutricionista, a melhor opção é procurar por chocolates com menos açúcar, ou seja, a partir de 70% de cacau.

“O sabor, no entanto, é mais forte, então isso acaba não atraindo muitos consumidores. Quando a gente pensa em um alto consumo de chocolate, principalmente os chocolates ao leite, as principais problemáticas estão associadas ao teor de gordura adicionada, como também o açúcar adicionado, que são correlacionados a diversos problemas de saúde”, explicou.

“O chocolate em si, na sua matéria bruta, não é um problema. O problema é o que a indústria faz com eles, que é o acréscimo de gordura e açúcar”, completa.

Não exagera no doce!

Em relação ao consumo, a profissional não apoiou a restrição, mas o fracionamento. “O ideal é que o consumo seja fracionado porque o ovo de Páscoa normalmente tem muita caloria e tem uma quantidade muito grande de açúcar e gordura também”.

“Com isso, pode ter alguns efeitos colaterais, como diarreia, náuseas e, no quesito nutricional, quando há consumo exacerbado de açúcar, existe uma saturação das papilas gustativas. O interessante seria realmente fracionar o ovo da Páscoa ou então dividir com quem está ao lado para poder também não consumir de forma exagerada”, afirma Camargo.

Qual o melhor chocolate?

Para escolher o melhor chocolate para a saúde, é simples. Depende de cada pessoa, mas a melhor opção, para quem não sofre de qualquer condição de saúde, é o chocolate amargo ou aquele que possui baixa caloria.

“Se for um indivíduo que não tem nenhuma condição, que, por exemplo, não seja intolerante à lactose, não tem motivo para fornecer um chocolate zero lactose. Quando pensamos em reduzir danos, um chocolate mais amargo vai ter uma prevalência desses compostos antioxidantes e desses compostos fenólicos. Pode ser, sim, uma opção interessante, ou pode ser aqueles que têm redução calórica”, diz a nutricionista.

Apesar da indicação, Camargo deixa claro que não há problema em comer os chocolates comuns, contanto que se tenha um consumo controlado.

“A Páscoa é uma vez ao ano, então se for para consumir, consuma com moderação e pode ser aquele chocolate que você tem uma maior afeição, uma maior preferência. Sempre pensando em fracionar”, afirma.

Dica

Vitória Camargo deixa ainda uma dica para os que adoram o ovo da Páscoa, mas têm dificuldade para controlar o consumo, mesmo não querendo exagerar na dose: “Dividir. Compartilhar esse ovo de Páscoa com outras pessoas para não correr o risco de comer desesperadamente. Você pode também fracionar, dividir em pequenas porções e guardar, por exemplo, na geladeira ou no congelador”.

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