O italiano Cesare Battisti, que chegou ao aeroporto de Ciampino, na manhã desta segunda-feira (14), será levado para uma prisão na Sardenha. Na Itália, ele deverá cumprir a pena de prisão perpétua por quatro mortes cometidas nos anos 1970. Ele nega ter cometido os assassinatos e se diz vítima de perseguição política.
Inicialmente o governo italiano divulgou que Battisti iria a uma prisão na periferia de Roma, onde estava prevista uma estadia temporária. Mas depois decidiu que ele será levado a Oristano, na Sardenha, onde, segundo o Ministério da Justiça, "a segurança é garantida da melhor maneira".
Battisti, que foi preso em Santa Cruz de La Sierra (na Bolívia), foi entregue às autoridades italianas. Ele embarcou no domingo (13) para Itália em um voo sem escala no Brasil, diferente de como estava inicialmente previsto.
Possíveis benefícios
Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1993 sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos na Itália na década de 70. Antes do anúncio de que ele irá para a Sardenha, o jornal "La Repubblica" informou que ele ficaria seis meses em regime de isolamento diurno em uma ala destinada a terroristas. Não está claro se isso será aplicado na Sardenha.
Após ter cumprido 26 anos no cárcere, ele poderá obter liberdade condicional, de acordo com a correspondente da TV Globo na Itália, Ilze Scamparini.
Como os crimes foram cometidos antes de 1991, quando houve uma mudança na legislação italiana, ele terá alguns benefícios, como sair da cadeia por curtos períodos se apresentar bom comportamento depois de ter cumprido 10 anos de pena.
Como ele foi julgado à revelia, ou seja, sem estar presente, a defesa também pode tentar um novo julgamento.
G1 // AO