Uma cearense que teve a placa do carro clonado diz que não tem mais onde guardar as multas que recebe desde o fim de 2015. Em nove meses, a gerente comercial Adriana Holanda recebeu 376 por infrações diversas, o que dá cerca de 42 multas por mês. O curioso é que todas foram cometidas no estado de São Paulo e ela diz que nunca saiu do Ceará.
“O curioso é que as duas últimas foram por dirigir sem documentação e sem habilitação. Como o carro não foi apreendido?”, questiona. Como prova da clonagem, Adriana mostra uma fotografia feita pelo fotossensor que mostra diferenças entre os dois carros. O de São Paulo não tem o estepe traseiro e está com um amassado no canto esquerdo.
Ela conta que entrou em contato com o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo, e a resposta que obteve foi a de que tinha de recorrer na capital paulista, contra cada uma das multas. O Detran do Ceará, por sua vez, disse que Adriana não procurou a instituição para tentar resolver a questão.
Como Adriana Holanda, outras pessoas passam pelo mesmo problema. De acordo com o Detran-CE, de 2013 para cá já foram abertos 946 casos de clonagem e os números aumentam a cada ano. Em 2013 foram 196 casos, enquanto que até o mês de agosto de 2016, já foram registrados 201. A presidente da Comissão de Clonagem do Detran diz que ela precisa ir à instituição para abrir um processo administrativo.
O Detran-SP disse que ainda não foi notificado pelo Detran do Ceará sobre a suspeita de clonagem que mostramos.
Reprodução: G1