A cantora piauiense Gleycielle Mendes de Sousa, conhecida como Vakeira Funk, disse ao G1, nesta quinta-feira (5), que o vídeo compartilhado nas redes sociais em que ela aparece sendo agredida pelo marido, identificado pela polícia como Marcelo Oliveira, serviu como incentivo para que ela denunciasse a violência. A vítima contou que era ameaçada e que a prova lhe deu segurança para procurar ajuda.
De acordo com a vítima, o relacionamento durou cerca de cinco anos e as agressões eram constantes durante esse período. Gleycielle contou que o vídeo que circulou nas redes sociais foi um registro feito por uma câmera de segurança do local onde ela e o suspeito trabalhavam e comprova a última agressão que ela sofreu.
“O que me deu forças para denunciar foi saber que eu tinha como provar. Eu vivia ameaçada e acuada por ele. No dia, pensei que ele iria me matar, porque se ele teve coragem de bater em mim dentro da empresa, com câmera na sala, pessoas nas salas ao lado. Eu já me vi quase morta, porque sabia que quando chegasse em casa ele ia fazer coisa pior comigo”, relatou Gleycielle.77
A cantora disse que no momento da agressão conseguiu chamar uma colega até a sala que estava com o companheiro. “Recebi apoio e proteção da minha produtora, que foi o que me ajudou a ir em frente e denunciar. Antes eu tinha medo, porque ele me dizia que se eu falasse para alguém, ele ia reverter a situação, dizer que era invenção minha”, contou.
“Denunciar foi uma luz no fim do túnel porque do jeito que estava eu já não via mais saída. Ele chegou a dizer para minha mãe se preparar para receber meu corpo”, desabafou a cantora.
Dentre as diversas agressões relatadas pela cantora, em uma delas ela afirmou que ficou tão machucada que foi mantida em cárcere privado pelo agressor para que ninguém visse os hematomas. "Ele me deu tantos socos que me deixou trancada em casa por dias para que ninguém me visse", contou.
Segundo Gleycielle, as agressões se intensificaram depois que ela saiu da banda dele para o trabalho atual. “Foram muitas agressões físicas e psicológicas, inclusive quando eu estava grávida e durante meu resguardo. Foram anos de tortura”, disse.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. De acordo com a delegada Vilma Alves, o suspeito negou as acusações ao prestar depoimento, mas o vídeo e outras evidências comprovam as agressões. A polícia ainda está ouvindo testemunhas antes de concluir o inquérito e formalizar uma denúncia.
G1 // AO