A ONU Mulheres, em parceria com União Interparlamentar (UIP), lançou na quarta-feira (15) um panorama sobre a participação política das mulheres no mundo. Com apenas uma ministra, o Brasil ficou na 167ª posição no ranking mundial de participação de mulheres no Executivo, que analisou 174 países. Em relação ao ranking da participação no Congresso, o país ficou na 154 ª posição, com 55 das 513 cadeiras da Câmara ocupadas por mulheres, e 12 dos 81 assentos do Senado preenchidos por representantes femininas.
No que diz respeito à participação das mulheres no Poder Legislativo, Brasil ficou atrás de países como Turquia, Gabão, Paraguai e China. Foto: Senado Federal
A ONU Mulheres, em parceria com União Interparlamentar (UIP), lançou na quarta-feira (15) um panorama sobre a participação política das mulheres no mundo. Com apenas uma ministra, o Brasil ficou na 167ª posição no ranking mundial de participação de mulheres no Executivo, que analisou 174 países.
Em relação ao ranking da participação das mulheres no Congresso, o país ficou na 154ª posição, com 55 das 513 cadeiras da Câmara ocupadas por mulheres (10,7%), e 12 dos 81 assentos do Senado preenchidos por representantes femininas (14,8%).
A Bulgária, a França e a Nicarágua lideram o ranking mundial das mulheres com cargos ministeriais, com mais de 50% de representantes femininas. Países como Ruanda, Dinamarca e a África do Sul também se destacaram, ficando, respectivamente, em sétima, oitava e nona posições.
Já na lista de mulheres atuando no Congresso, a Ruanda ocupou o primeiro lugar, com 61,3 % de representantes na Câmara e 38,5 % no Senado. A Bolívia ficou em segundo lugar e Cuba, em terceiro.
De acordo com o “Mapa das Mulheres na Política”, o número de mulheres chefes de Estado ou chefes de governo caiu de 19 para 17 desde 2015, e o processo de representação das mulheres no Parlamento continua lento.
Regionalmente, o Mapa apontou que a representação feminina nos parlamentos das Américas teve os ganhos mais significativos, aumentando para atuais 25%. Em 2015, o contingente era de 22,4%.
No entanto, a região registra uma queda nos cargos de chefes de Estado, com a saídas das presidentes de Brasil e Argentina.
Na África, houve um declínio nos números de representantes mulheres no Executivo após anos de crescimento constante. Somente 19,7% dos postos ministeriais da região são ocupados por mulheres.
Já na Ásia, as mulheres ocupam 11% dos cargos ministeriais, com a Indonésia liderando o quadro, cujo governo é composto por 25,7% de mulheres.
Entre os Estados Árabes, 9,7 % dos cargos executivos são ocupados por mulheres, com a Tunísia e os Emirados Árabes Unidos liderando o cenário, com 23,1% e 26,7%, respectivamente.
Na Europa, a porcentagem total ficou em 22,5 %. A surpresa veio dos países nórdicos, que tradicionalmente lideraram a cena política global, mas cujo número de ministras caiu consideravelmente.
“O que é democracia? É gente para o povo ou homens para o povo?”, indagou a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, que falou ao lado do secretário-geral da UIP, Martin Chungong.
“As campanhas políticas são caras”, destacou Mlambo-Ngcuka, identificando alguns desafios enfrentados por mulheres que se candidatam aos governos. ‘’Os partidos políticos são dominados pelos homens. Quando não há nenhuma medida específica em vigor, as mulheres caem. Os homens tendem a escolher aqueles que são feitos à sua própria imagem”.
Ela observou ainda que algumas mulheres também experimentam rejeição por parte dos homens, incluindo violência física, provocações e bullying.
“Em 2016, vimos a confirmação de uma tendência: quando se trata de representação de mulheres no Parlamento, há progresso, mas este é extremamente lento. Nesse sentido, serão necessários 50 anos para atingirmos a paridade 50-50”, frisou.
“Este é um sinal de aviso; temos de fazer algo sobre isso”, continuou.
O panorama das mulheres em cargos políticos foi lançado à margem da 61ª Comissão sobre o Status da Mulher, conhecida como o maior fórum intergovernamental sobre direitos da mulher e igualdade de gênero. O tema deste ano é o empoderamento econômico das mulheres na mudança do mundo do trabalho.
Um assunto comum em toda a Comissão foi a disparidade salarial entre homens e mulheres. As mulheres ganham apenas 77 centavos para cada dólar recebido pelos homens.
Reprodução: Nações Unidas