Brasil

Bombeiros debelam incêndio em galpão da Cinemateca Brasileira em São Paulo; secretário não se pronunciou ainda

No local, havia cerca de 4 toneladas de documentos sobre a história do cinema no Brasil, e parte do acervo de Glauber Rocha

Reprodução/Ariane Breyton
Reprodução/Ariane Breyton

Um incêndio atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, na quinta-feira (29) e foi controlado pelos bombeiros por volta das 19h45. No local, havia cerca de 4 toneladas de documentos sobre a história do cinema no Brasil, equipamentos que eram relíquias para um futuro museu e parte do acervo de Glauber Rocha.

Os bombeiros receberam um chamado de fogo por volta das 18h na Rua Othão, 290. A administração do órgão está sob responsabilidade do governo federal, por meio da Secretaria Especial de Cultura, em Brasília. Em nota, a secretaria informou que "lamenta profundamente e acompanha de perto o incêndio que atinge um galpão da Cinemateca Brasileira" e que foi pedida uma investigação à Polícia Federal para apurar as causas do fogo. (leia nota abaixo)

Quinze viaturas com 70 bombeiros foram enviados para combater o fogo. Segundo o major Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, no galpão há materiais altamente inflamáveis. Os bombeiros disseram ainda que a estratégia para combater o incêndio foi confinar o fogo, impedindo que ele se alastre para galpões vizinhos. 

"Nós temos o registro de ser um local onde temos diversos materiais combustíveis diferentes. Arquivos de filmes, que têm acetato altamente inflamável, e todos os materiais que compõem a edificação", informou o Major Palumbo.

Ele reforçou que o material do galpão é de alta combustão e citou a questão da conservação. "O último incêndio anterior a esse foi em 2016 e tinha 13 pessoas do mais alto nível trabalhando de segunda a segunda e mesmo assim teve o incêndio. Porque precisa do monitoramento humano. Eu avisei aos funcionários que tomaram posse. Tem mais de um ano, e até hoje não tem monitoramento humano", completou.

Segundo Campera, “perdeu-se 4 toneladas de documentação da história do cinema brasileiro. Toda a documentação do Instituto Nacional de Cinema, da década de 60, até hoje da Secretaria Especial de Cultura, passando pela Embrafilme e pela Concine. Há também cópias de filmes, mas que já estavam em estado pior de conservação”, afirmou.

Em nota a Secretaria Especial de Cultura, disse que "a Secretaria Especial da Cultura lamenta profundamente e acompanha de perto o incêndio que atinge um galpão da Cinemateca Brasileira, em São Paulo (SP). Cabe registrar que todo o sistema de climatização do espaço passou por manutenção há cerca de um mês como parte do esforço do governo federal para manter o acervo da instituição. A Secretaria já solicitou apoio à Polícia Federal para investigação das causas do incêndio e só após o seu controle total pelo Corpo de Bombeiros que atua no local poderá determinar o impacto e as ações necessárias para uma eventual recuperação do acervo e, também, do espaço físico. Por fim, o governo federal, por meio da Secretaria, reafirma o seu compromisso com o espaço e com a manutenção de sua história." 

Responsável pelos cuidados da Cinemateca, o secretário do Audiovisual, Bruno Graça Melo Côrtes, até agora não se pronunciou sobre o incêndio. No ano passado, um temporal alagou o galpão e parte do acervo foi comprometido. A instituição não revelou quais itens foram danificados.