Brasil

Boca Livre mira em três núcleos de fraudes na Lei Rouanet

Investiga três núcleos que teriam atuado para fraudar 250 contratos e desviar R$ 180 milhões do Ministério da Cultura

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A Operação Boca Livre – investigação integrada da Polícia Federal, da Procuradoria da República e do Ministério da Transparência – investiga três núcleos que teriam atuado para fraudar 250 contratos e desviar R$ 180 milhões do Ministério da Cultura por meio de projetos amparados na Lei Rouanet. Na terça-feira (28), a PF prendeu 14 investigados suspeitos de organização criminosa, peculato, estelionato contra União, crime contra a ordem tributária e falsidade ideológica.

Dois grupos são formados pela família que controla a Bellini Cultural e por funcionários, ex-funcionários e proponentes dos projetos culturais do grupo. O terceiro núcleo, segundo os investigadores, é composto pelos patrocinadores dos eventos, 13 pessoas jurídicas: Grupo Intermédica Notre Dame, KPMG Auditores Independentes, Lojas CEM S/A, Magna Sistemas Consultoria SA, Nicomed Pharma LTDA, Grupo Colorado, Cecil S/A Laminação de Metais, Scania, Roldão Autoserviços Comércio de Alimentos LTDA, Cristalia Produtos Químicos Farmacêuticos LTDA, Demarest Almeida, Rotenberg e Boscli, Sociedade de Advogados de São Paulo e Toyota do Brasil S.A Indústria e Comércio. Todas as empresas negam taxativamente envolvimento em desvios e afirmam que responderão a todos os questionamentos da Polícia Federal, da Procuradoria e do Ministério da Transparência.

A investigação aponta que os patrocinadores agiram legalmente em relação à dedução de valores colocados nos projetos culturais dos quais participaram, mas as contrapartidas obtidas, como benefícios extras, tiveram recursos públicos, sem que as companhias tivessem que gastar valores adicionais nos investimentos aos projetos que patrocinaram, ou além daqueles deduzidos nas declarações de imposto de renda. Os artistas contratados pelas empresas não são investigados. Conteúdo Estadão.