O ministro Luís Roberto Barroso, relator do inquérito que investiga o presidente Michel Temer no caso dos portos, decidiu nesta sexta-feira (29) que a Polícia Federal pode manter a apuração em andamento até uma decisão sobre pedido de prorrogação do prazo.
Nesta quinta-feira (28) a PF pediu prorrogação do prazo, que se encerra no começo de julho, por mais 60 dias. A PF argumenta que ainda não conseguiu concluir a apuração.
Barroso esclareceu que, em razão do recesso do Judiciário, que começa na próxima semana e dura todo o mês, o delegado responsável pelo caso está autorizado a prosseguir com as investigações mesmo sem uma decisão final sobre o pedido de prorrogação.
Na decisão desta sexta, Barroso também pediu um parecer da Procuradoria Geral da República sobre o tema.
"Sem prejuízo, considerada a véspera do recesso e o conteúdo da peça em que formulado o pedido, autorizo o Ilmo. Sr. Delegado de Polícia Federal, Dr. Cleyber Malta Lopes, a prosseguir com as diligências de investigação […] até que venha aos autos a manifestação da Procuradoria-Geral da República", escreveu o ministro.
Barroso estabeleceu ainda que nenhum superior poderá retirar o delegado Cleyber Malta Lopes do caso sem justificativas, como prevê a lei que trata de investigação criminal por delegados.
O inquérito foi aberto no ano passado a partir de depoimentos de executivos do grupo J&F que fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
A investigação apura se um decreto editado por Temer tinha por objetivo beneficar empresas específicas que atuam no porto de Santos (SP). O presidente nega que o decreto tivesse essa finalidade.
G1 // AO