Brasil

Bancários divulgam carta à população

A última proposta impõe perda de 2,39% aos trabalhadores,

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O Comando Nacional dos Bancários divulgou uma carta aberta à população para esclarecer o motivo principal da greve: os banqueiros. A categoria luta na campanha salarial contra a desvalorização salarial, metas, assédio moral, péssimas condições de trabalho e o número crescente de demissões. 
 
O Comando afirma ainda que a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) insiste em manter uma conduta inflexível, não concordando com o diálogo. A última proposta impõe perda de 2,39% aos trabalhadores, além de desprezar outros temas relacionados ao ambiente de trabalho hostil. 
 
O documento deixa claro que a ganância dos grandes empresários não afeta somente os funcionários, mas também a população. Altas taxas de juros, mau atendimento e insegurança são alguns dos problemas que os clientes enfrentam no dia-a-dia.

Leia íntegra do texto abaixo:
 
Os banqueiros são os maiores responsáveis pela paralisação da categoria. Os trabalhadores cruzam os braços contra o descaso dos banqueiros que insistem em desvalorizar os maiores responsáveis pelos seus elevados lucros, os bancários. A greve é um instrumento de luta dos trabalhadores. Os braços se cruzam contra a desvalorização salarial, metas abusivas, assédio moral, péssimas condições de trabalho, a onda de demissões, entre outras tantas mazelas sem respostas.
 
Os banqueiros agem com total descaso ao tentar impor perdas de 2,39% aos bancários, e ainda, desvalorizar os funcionários, sem atender às demais reivindicações como condições de trabalho, saúde, segurança, igualdade de oportunidades e garantia de emprego. Temas que os banqueiros simplesmente desprezaram até agora.
 
Após intensos debates, durante as rodadas de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos insiste na proposta rebaixada com reajuste de 7% nos salários, abaixo da inflação, e abono de R$3,3 mil, sem compromisso com emprego da categoria. Não houve nenhuma mudança, sequer, na proposta apresentada no último dia 9 de setembro, a qual está muito distante das reivindicações dos trabalhadores.
 
Ganância com taxas e juros altos – A população só tem a perder com a ganância dos banqueiros. A ambição dos bancos é tanta que além de não apresentar salário decente e um atendimento de qualidade, eles ainda cobram dos clientes altíssimas taxas de juros e tarifas.
 
A taxa de juros do cheque especial bate recordes a cada mês. De acordo com dados do Banco Central (BC), chegou a 318,4% ao ano, no mês de julho (última pesquisa divulgada). No cartão de crédito, os números são ainda piores, com taxa de juros de 470,7% ao ano. Neste ano, essa taxa já subiu 39,3 pontos percentuais.
 
Lucros nas alturas – Vale ressaltar que nesta novela de descaso, enquanto o lucro se encontra nas alturas o emprego só diminui. Com números exorbitantes, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.
 
Campeões em mau atendimento – Quem depende dos bancos, sabe que as reclamações são inúmeras, filas imensas, falta de funcionários, problemas com a falta de segurança, entre tantos outros. No ranking das maiores reclamações entre os consumidores brasileiros, o sistema financeiro ocupa a segunda posição. No total, o BC recebeu 5.927 reclamações no período.
 
Só a luta garante direitos e avanços.
 
Comando Nacional dos Bancários

Fonte: Site do Sindicato dos Bancários