Brasil

Baiana cria marca de lingerie com o objetivo de incluir corpos reais

"Hoje minha marca está formalizada, com CNPJ, tudo registrado e com uma história incrível"

Divulgação
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Silvana Santos, 28, mora no bairro de Praia Grande, Subúrbio de Salvador e tem uma marca de lingeries artesanais, a ‘La Piel Negra’, com a tradução “a pele negra”. A marca de Silvana foi uma das selecionadas para expor os produtos na Expo Favela nacional, no ano passado, em São Paulo, o que ela não esperava era que iria ficar na lista entre os dez melhores expositores, com as melhores performances.

A marca é feita sob medida, sem limitação de tamanho do PP ao extra GG: “O propósito da marca é de incluir todos as mulheres de corpos reais no circuito da moda íntima desde as mulheres que usam tamanhos muito pequenos que só encontram lingeries infantis justamente por conta do tamanho, às mulheres que vestem tamanhos maiores que encontram aquelas lingeries de "Vovó" por conta do tamanho grande", contou ao Portal Salvador FM.

 Silvana também falou sobre a diversidade da moda íntima, principalmente, mas não é tão valorizado. 
“É extremamente, grande e rico, não só no Brasil, mas em todo o mundo, paralelo a isso é bastante excludente também porque só valoriza e produz peças destinadas para determinados corpos", explicou. 

A história dela é desafiadora desde o começo, quando ela começou a costurar foi para “se livrar de um diagnóstico de ansiedade”.

"Eu comecei a costurar durante a pandemia, em 2020, nunca aprendi com aulas super elaboradas. Durante o isolamento da Covid-19, eu me vi assídua da UPA, com o lado esquerdo do corpo paralisado, achando que estava com infarto mas na verdade era crise de ansiedade, sendo assim o médico me recomendou um terapeura para iniciar a terapia", contou.

Mesmo com o diagnóstico, ela não procurou a terapia, comumente conhecida. “Ao invés disso, eu juntei todo o dinheiro que eu tinha e comprei uma máquina de costura, a mais barata da época, que inclusive é a mesma que ainda utilizo hoje para confeccionar minhas lingeries".

"No início eu lembro que comecei produzindo roupas, todas ficaram tortas, mas tem um imenso significado para mim, tenho todas”, recordou.

Mesmo com poucos recursos, ela iniciou a marca com muita vontade de fazer dá certo. “Quando iniciei o propósito da marca, o nome não era 'La Piel Negra' e minha primeira peça foi uma calcinha, dei esse primeiro passo para me tirar mesmo do contexto da covid, que estava me matando mesmo por dentro, e a partir disso, fui me sentindo muito melhor, sendo ali a minha terapia e ao mesmo tempo meu negócio. Hoje minha marca está formalizada, com CNPJ, tudo registrado e com uma história incrível".

Para ela, vivenciar tudo isso, é a realização de um sonho. “Foi um acontecimento muito importante para mim, para minha marca e tudo que eu venho contruindo nesses anos, ali eu me vi como uma empreendedora mesmo, não só como uma pessoa que estava utilizando a máquina de costura como um refúgio da doença, mas como um negócio que eu me dedico 100%".

Vale ressaltar que a 'La piel negra' é uma marca que já foi enviada para além do Brasil, com clientes em Paris e Alemanha. Quem também usa a marca é uma das bailarinas mais antigas de Anitta, Alline Azevedo e a funkeira MC Carol, inclusive, ano passado no Afropunk que teve na Bahia, ela subiu ao palco usando um top da marca. Para Silvana, tudo isso "é muito gratificante e especial. É muito bom ver meu sonho saindo do papel e indo além do que eu imaginei".