A vice-prefeita da cidade de Formosa do Rio Preto, oeste da Bahia, Verônica Lisboa, que também é advogada, foi levada para a delegacia da cidade por desacato, depois de supostamente ter chamado um policial militar de "policialzinho", quando defendia um cliente. O delegado da cidade, Carlos Freitas, disse ao G1 nesta quarta-feira (23) que a advogada foi ouvida e liberada. Foi feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por desacato. O caso aconteceu no domingo (20).
A advogada disse que estava defendendo um cliente que era preso por porte ilegal de arma e, quando questionou o policial sobre ferimentos na cabeça do cliente, teria sido levada de forma violenta, de camburão, até a delegacia. A seccional da Ordem dos Advogados da Bahia (OAB), em Barreiras, disse que repudia a atitude dos policiais e que a ação violou a integridade física da advogada, que no exercício da profissão, tem direito de manifestação garantido por lei. O delegado informou que a advogada também prestou queixa contra os policiais na delegacia, com a presença do presidente da OAB em Barreiras. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a acusação da advogada, com prazo de conclusão em 30 dias.
“Ela alega que sofreu abuso da autoridade policial, constrangimento e violência física, na hora de ser conduzida para a delegacia”, diz Carlos Freitas.
O delegado afirma que os policiais contaram que a confusão começou quando prenderam em flagrante uma pessoa com porte de arma ilegal, que ameaçava outra pessoa. Como o suspeito preso estava com um ferimento na cabeça, foi levado pela polícia para o hospital da cidade e passou por uma sutura no ferimento.
“A vice-prefeita se apresentou como advogada e queria falar com o cliente. Segundo o tenente (da PM), ela chegou exaltada e questionou a lesão e o médico pediu que ela se retirasse enquanto terminava a sutura e ela se recusou a se retirar. O policial teve que retirar ela da sala e ele disse que ela xingou ele, chamou de “policialzinho”, relata Carlos.
Em nota, a Polícia Militar disse que o suspeito teve a lesão na cabeça depois se “debater” no fundo da viatura, enquanto era conduzido. O comunicado da PM afirma ainda que advogada agiu de forma “desrespeitosa” com os integrantes da corporação, ao chamá-lo de "policialzinho". A PM instaurou um procedimento administrativo para apurar o fato.
Reprodução: G1 – Bahia