Apesar de quatro meses cumprindo isolamento social, a capital baiana não ficou livre do ataque de vândalos e depredadores. Somente em recuperação de passarelas, estão previstos gastos mensais de R$ 25 mil, que serão usados para recuperar equipamentos públicos vandalizados com quebras e pichações, a exemplo de praças, academias de saúde, espaços de lazer e monumentos. Já quando se trata de iluminação pública foram gastos mais de R$ 280.000,00 apenas com reposição de cabos e equipamentos. Também foram investidos R$71.990,00 para recuperar semáforos vandalizados e para trocar placas e R$ 7. 623,49 , pela Prefeitura de Salvador.
De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal), as vistorias no período de pandemia continuaram. Mesmo com a diminuição de pessoas nos espaços de lazer, academias de saúde e passarelas. Neste ano, o valor estimado em gastos mensais é de R$ 25 mil, para recuperar equipamentos públicos vandalizados com quebras e pichação, a exemplo de praças, academias de saúde, espaços de lazer e monumentos. Isso representa prejuízo para toda a cidade, tanto do ponto de vista financeiro quanto histórico e cultural.
A Desal presenciou mais uma vez espaços públicos vandalizados pela falta de conscientização da população. A Praça Lord Cochrane, teve o monumento ao navegador vandalizado, peças foram quebradas e existem pichações em toda área. Totens informativos colocados pela Desal também estão completamente pichados, não sobrou nem os espaços infantis ou até mesmo as academias de saúde, que de tão vandalizadas, foram retiradas e levadas para a fábrica da Desal para passar por recuperação. “É um absurdo ver este tipo de situação, as pessoas passando por dificuldades com a pandemia, a prefeitura trabalhando arduamente para conter o avanço do vírus, o prefeito buscando à todo momento salvar vidas, ajudar com alimentação e serviços essenciais, e nos deparamos com uma tristeza como esta”, diz Marcilio Bastos, presidente da Desal.
Na praça de Cosme de Farias, alguns dos equipamentos chegaram a ser arrancados pelos vândalos. Além da academia, todo o parque infantil sofreu danos, brinquedos, alambrados, cerca de proteção feita em materiais em eucalipto, escorregadeiras,balanço, paisagismo e toda comunicação visual. “É perceptível o impacto que esse tipo de ação oferece a população, a depredação custa para o município assim como para a comunidade”, relata, Marcílio Bastos. Os danos alcançaram também a parte história e cultural do local, o busto de Cosme de Farias foi pichado e a retirada imediata da pichação foi executada, “é uma falta de respeito com a cidade e o cidadão, além de gastarmos dinheiro público que poderia ser feito outras melhorias, não foi respeitado nem o período de pandemia que passamos e a vida das pessoas que ali moram. Uma das soluções para esse tipo de situação é a educação, existem conversas, diálogos e um contato constante com a comunidade, fazemos abordagens com ensinos reflexivos, ou seja, tentamos resolver a questão a partir do entendimento dos problemas sociais e dos conflitos existentes na sociedade”, acrescenta Bastos.
O último levantamento, que começou em Janeiro e prossegue até o momento foram vistoriadas mais de 100 praças e todas estavam vandalizadas. Bastos finaliza dizendo, “ sempre colocamos comunicação visual com todos estes temas, para um melhor entendimento. O cidadão tem direito mais, também tem deveres. E um desses deveres é preservar os espaços públicos.”
Com duas semanas de inaugurado, o conjunto habitacional Vila Barro Branco, situado no Alto do Peru, sofreu atos de vandalismo. As redes das traves da quadra esportiva foram rasgadas e alguns equipamentos da área de lazer foram danificados.
Tratando-se de Iluminação Pública, foram vandalizadas Passarelas, Fontes Luminosas, viadutos e praças, Esse ano foram registradas tivemos mais de 100 ocorrências só nesses equipamentos. Houve aumento no número de ocorrências com essas características, em relação ao ano passado durante o mesmo período (Jan – julho). Foram contabilizadas em torno de 1 ocorrência por dia, já no ano de 2020 estão sendo contabilizadas diariamente até 5 ocorrências. De Janeiro a julho já somam-se mais de 350 ocorrências.
Somente esse ano, já foram gastos mais de R$ 280.000,00 apenas com reposição de cabos e equipamentos furtados e vandalizados. Foram detidos oito indivíduos em flagrante furtando e vandalizando circuito de Iluminação Pública. Dois na região da Paralela, um no Campo Grande, três na Avenida ACM e dois na Boca do Rio.
Segundo o diretor de Iluminação Pública, Júnior Magalhães, a prática tem sido crescente em algumas regiões de Salvador. “É um crime contra a cidade. Vandalismo contra o nosso patrimônio é atentar contra a coletividade. É proibido furtar material ou danificar material público. Temos trabalhado muito para coibir, mas pedimos à população que denuncie”.
A Transalvador informa, que em 2020, oito semáforos e 49 placas foram vandalizados, o que representa uma diminuição, em relação ao ano passado, quando 17 semáforos e 88 placas vandalizadas. Em 2019 a Transalvador gastou R$100.660,00 e em 2020 R$71.990,00 para recuperar semáforos vandalizados. Para trocar placas foram gastos R$ 13.032,76 em 2019 e R$ 7.623,49 em 2020.
Segundo o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, “nós buscamos medidas que dificultem a ação de vândalos, mas eles usam de artifícios para prejudicar a rotina da população. Este tipo de crime coloca em risco a segurança de condutores e principalmente de pedestres que circulam pelo local, podendo causar um acidente grave. É triste ver que investimos tanto em melhorias e muitos acabam sendo prejudicados pela ação irresponsável de poucos.”
A Guarda Civil Municipal constatou um caso de depredação de patrimônio e uma pichação uma, em 2020, porém os autores não foram localizados, " no período da pandemia e a baixa circulação em alguns pontos da cidade, visto que temos praças e parques fechados, podem ter colaborado para redução dos registros dos casos de vandalismo, contabilizados pelo órgão", afirmou o Inspetor Geral da Guarda Civil Municipal, Marcelo Silva.
Fonte: Tribuna da Bahia
da Redação do LD