O Elevador Lacerda é um dos principais pontos turísticos de Salvador. Com 148 anos, ele foi o primeiro elevador urbano do mundo. O equipamento é responsável por fazer a ligação entre a cidade alta e a cidade baixa e de acordo com dados da Semob, aproximadamente 28 mil pessoas o utilizam diariamente, o que equivale a cerca de 900 mil passageiros por mês. No entanto, a sua estrutura não parece ser adequada para suportar o fluxo de pessoas.
Ismael Rocha, que precisa utilizar o equipamento com frequência, relata uma trepidação que o equipamento tem apresentado nos últimos meses. “Na descida ele fica tremendo, na subida a mesma coisa. E uma fila enorme se forma lá embaixo por falta de adiantamento na hora da passagem”.
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Apenas uma das cabines tem funcionado no local, o que, segundo ele, prejudica o fluxo. Além desse problema, ele também relata que o espaço está mal ventilado. “Calorento. Não tem ventilação tanto como no elevador, como aí dentro [parte externa das cabines]. Não tem ventilação e é um calor humano muito ruim.
Devido aos problemas, alguns usuários têm apresentado medo de ficarem presos nas cabines, fato que ocorreu com o vendedor ambulante, Paulo Roberto, que mesmo após o susto, precisa continuar utilizando o elevador todos os dias. “No meio do percurso ele parou e aí foi aquele trauma, aquela situação constrangedora. A pessoa que pega constantemente já sabe da situação, mas a pessoa que não é acostumada a pegar, que é de fora, fica em uma situação constrangedora […], depois de 25 minutos, o rapaz da manutenção veio e desceu ele devagarzinho”.
De acordo com Roberto, a situação é decorrente de um cabo de aço que está folgado. “O peso das pessoas com o cabo de aço folgado, futuramente vai causar um acidente. É uma tragédia anunciada que os poderes públicos não veem, principalmente a prefeitura […] São quatro cabos de aço, só estão funcionando dois que sustentam a cabine. Então, em uma situação em que um cabo de aço deste parte, um não vai aguentar”, relatou.
A nossa equipe entrou em contato com a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) e, em nota, o órgão esclareceu a falta de manutenção presente no local. De acordo com texto, as cabines são abertas conforme a demanda. “O equipamento tem três cabines em funcionamento, que são abertas para os usuários de acordo com a demanda”, afirmou.
Sobre a trepidação relatada pelos usuários, o órgão afirma estar ciente e diz que a previsão para a manutenção é para os meses de junho e junho. “Uma das cabines em funcionamento está apresentando esta trepidação em razão de uma peça que precisará ser substituída. A manutenção já está programada para ocorrer entre junho e julho. Entretanto, a trepidação não traz nenhum risco à segurança dos usuários”.
Em relação à falta de manutenção, a Semob diz que é um problema que já está sendo resolvido. “O sistema de ventilação do local apresentou uma falha, porém a empresa já foi acionada para que sejam realizados os devidos reparos”.
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