Bahia

“Três modelos possíveis”, diz Leo Prates sobre Carnaval

Em entrevista ao Balanço Geral, o secretário municipal de Saúde afirmou que Rui Costa está sendo assertivo quando pondera a realização do Carnaval, mas questiona a diferença epidemiológica entre o que está acontecendo na Arena Fonte Nova e nos eventos

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais

O secretário municipal de Saúde, Leo Prates, afirmou ao programa Balanço Geral, da Record TV, que Rui Costa está sendo assertivo quando pondera a realização do Carnaval, mas questiona a diferença epidemiológica entre o que está acontecendo na Arena Fonte Nova e nos eventos. Para Leo, existem três formas da festa ser realizada: nos moldes tradicionais, não acontecer ou em um novo formato.

“Eu acho que o governador acerta em pregar a cautela, em colocar que deve-se esperar um pouco mais, mas discordo do governador com a situação da Arena Fonte Nova e do Barradão. O que está acontecendo nesses últimos jogos e em eventos, qual a diferença? Nenhum epidemiologista soube me responder até agora. A outra pergunta, pregando a economia, se um produtor alugar a Fonte Nova, ele pode utilizar 70% da capacidade? O que eu estou trazendo são reflexões epidemiológicas, mas temos que analisar com muito respeito entre governo, prefeitura e setor produtivo”, disse.

“Não há diferença epidemiológica no que está acontecendo na Arena Fonte Nova e com os eventos. E aí pergunto, por que a liberação dos evento é para 3 mil pessoas e a Fonte Nova é para 35 mil. O que estou defendendo é o princípio da isonomia”, completa o secretário.

Sobre os critérios sanitários necessários para a realização da festa de rua, o secretário municipal aponta que se  200 mil pessoas que faltam completar o ciclo se imunizassem, Salvador atingiria a meta proposta pelo Fiocruz de 90% do público vacinado. “Sobre os critérios epidemiológicos até a Fiocruz está sendo muito mais exigente, e consideramos isso positivo. Para a segurança epidemiológica, se exige normalmente 80% do público alvo vacinado ou 70% da população residente. A Fiocruz entende que para um evento dessa magnitude, que é o Carnaval, deve haver 90% do público vacinado, e acho completamente possível. Para ter uma ideia, estamos com 283 mil pessoas com a segunda dose atrasada, se 200 mil se vacinarem, a meta será atingida”, explicou.

O esquema vacinal na capital baiana, segundo Leo, contém a maior estrutura já montada em postos de vacinação. A prefeitura vem fazendo uma busca ativa dos faltantes, e organizando mutirões de imunização em escolas e estações de metrô.

“Estamos com uma equipe de vacinação na estação da Lapa e na estação Mussurunga, escolas municipais e começaremos amanhã nas estaduais. Estamos com a maior estrutura já montada de pontos de vacinação, fazendo uma busca ativa e mandando mensagem no WhatsApp. Tudo que pode ser feito pelo poder público está sendo realizado pelo prefeito Bruno Reis. Nossa ideia é salvar a vida das pessoas, concordo com o governador, em primeiro lugar a vida das pessoas, mas também garantir a atividade econômica”, informa. 

Entretanto, Leo Prates reafirma que a decisão deve ser tomada conjuntamente entre a prefeitura, o governo do estado e os setores do entretenimento, podendo acontecer de três maneiras. 

“A decisão da realização do Carnaval, é do governador Rui Costa e do prefeito Bruno Reis, e eu defendo em primeiro lugar, a união. Esse trabalho que fizemos unidos com o governo do estado, deu resultado e ganhou o respeito da população, e acho que tem que se fazer com toda a segurança. Existem três modelos possíveis para o Carnaval: não ter Carnaval, e aí temos que nos preparar se os dados epidemiológicos piorarem; ter Carnaval em um novo modelo, e aí pergunto que novo modelo é esse?; ou ter um Carnaval como acontecia. Tudo na vida tem o ônus e o bônus, e o cancelamento do Réveillon e do Carnaval traz um custo, com a ampliação da pobreza, e o benefício que é a saúde do cidadão, não sei se alcançaremos. O coronavírus chegou de avião, e nós podemos ter o custo e nenhum benefício”, finaliza.