Bahia

Terreiro da Casa Branda realiza 20ª Feira de Saúde no dia 24 de setembro

A feira, aberta para a comunidade, agrega uma série de serviços gratuitos, como os da área da Saúde, a exemplo de aferição arterial e de saúde bucal

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O Ilê Axé Iyá Nassô Oká, mais conhecido como Terreiro da Casa Branca, localizado na Avenida Vasco da Gama, em Salvador, realiza, no próximo dia 24 de setembro, a partir das 9h, na Praça de Oxum, a 20ª Feira de Saúde. A feira, aberta para a comunidade, agrega uma série de serviços gratuitos, como os da área da Saúde, a exemplo de aferição arterial e de saúde bucal. 

Além disso, serão realizadas apresentações culturais, como rodas de capoeira e feira de artesanato, dentre outras atividades. Neste ano, a feira terá como tema “Educação, respeito e solidariedade”. 

“Todo terreiro de Candomblé é um espaço de resistência, cultura, educação e saúde, porque a gente cuida do espiritual, mas o físico é importante e a gente precisa cuidar. Então, a feira é mais uma estratégia de direitos, de a gente lutar pelo que precisa, que é ter a uma boa saúde. Saúde, para nós, não é só ausência da doença; saúde para a gente é moradia, alegria, segurança, educação, comida na mesa. E a feira é um dia de alegria, de estar bem, de estar em contato com o outro, de falar da nossa cultura, da nossa religião, para ver se a gente consegue diminuir mais esse preconceito e essa intolerância. Fazemos isso sempre chamando por Ossain, o nosso médico, o senhor dos mistérios, das folhas, o nosso patrono da feira”, afirmou Ekedy Sinha, presidenta do Espaço Cultural Vovó Conceição, do Terreiro da Casa Branca.

Ekedy Sinha destaca que a atividade conta com o apoio de diversas instituições para que seja realizada, a exemplo da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), do Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira  (INTECAB), da Faculdade Baiana de Medicina, Secretaria Municipal de Saúde, do Kóinonia Presença Ecumênica e Serviço e da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). 

Sobre a Casa Branca

O Terreiro da Casa Branca, liderado pela yalorixá Mãe Neuza de Xangô, é considerado a mãe de todas as casas de axé, o mais antigo do Brasil. Segundo historiadores, ele teve origem entre 1804 e 1807 em terreno situado atrás da Igreja da Barroquinha, tendo sido fundado pela comunidade nagô na Bahia. Em 1850, o templo religioso teria sido instalado na Avenida Vasco da Gama. O terreiro é conhecido como a casa das três princesas, por ter sido fundado por Iyá Nassô OKá, que também é saudada como Iyá Nassô Oió Acalá Magbô Olodumaré; Iyá Dêtá; e Iyá Kalá. O Bamboxê Obitikô, importante liderança religiosa e política da época da comunidade iorubana na Bahia, também participou do processo de fundação do Ilê Axé.

Por suas origens iorubanas, as raízes míticas do Terreiro da Casa Branca o ligam às antigas cidades africanas de Oió, atual Nigéria, que é centro do culto a Xangô, e de Ketu, onde está situada hoje a República do Benin, que é consagrada a Oxossi. Por isso, se diz que o Terreiro da Casa Branca pertence a Oxóssi, o Onilé, o senhor da terra; e o barracão central pertence a Xangô, o Onilê, dono da casa. A casa tem como regentes Oxum e Oxalá, em reconhecimento às tradições de Ijexá e a Efanifé.