Após 40 dias em operação, o Tele Coronavírus, canal gratuito que pode ser acessado através do número 155, já atendeu mais de 23 mil ligações de cidadãos de toda a Bahia, que buscam orientações e informações sobre a Covid-19, responsável pela pandemia a nível global. O canal de atendimento teve seu maior pico no início da segunda quinzena de abril, quando chegou a atender 1226 pessoas em um só dia. As cidades com maior número de ligações registradas são Salvador, Feira de Santana, Lauro de Freitas, Camaçari, Simões Filho, Itabuna, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista.
As chamadas recebidas pelo Tele Coronavírus são, em sua maioria, de pessoas na faixa etária entre 20 e 59 anos. A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, Adélia Pinheiro, uma das coordenadoras do projeto, destacou a importância de colocar à disposição da população serviços como este. “Nossa equipe tem trabalhado junto com os parceiros para que o Tele Coronavírus seja mais uma ferramenta de apoio à sociedade baiana neste momento de pandemia”, disse, revelando os bairros da capital que mais utilizam o serviço. “Os bairros de Brotas e Cajazeiras, que são os mais populosos de Salvador, têm gerado uma demanda maior de acessos. Isso reforça nosso objetivo de fazer o Tele Coronavírus chegar em todos os lugares, auxiliando as pessoas no enfrentamento à doença”. Os bairros da Liberdade, Plataforma e São Caetano completam a lista do cinco locais onde as pessoas mais procuraram por atendimento.
O secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, explicou a dinâmica adotada pela plataforma. “O cidadão liga para o número 155 gratuitamente e é atendido por um estudante de medicina do quinto ou sexto ano, devidamente capacitado e supervisionado por um médico, que escuta a demanda e faz a orientação, de acordo com o protocolo oficial adotado pela Sesab e Ministério da Saúde. Ao receber essa ligação, o estudante alimenta uma plataforma e esse dado é utilizado para os registros na área de saúde, para auxiliar na gestão e na assistência à saúde”, informou.
A pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da equipe que formulou o projeto, Viviane Boaventura, relembrou o cenário em que o canal de atendimento surgiu. “Ele foi criado com o objetivo de contribuir para o achatamento da curva epidêmica, evitando a circulação de pessoas com sintomas leves da doença. Nessa perspectiva, estamos cumprindo esse objetivo, se constatarmos que, das 23 mil pessoas atendidas, mais de treze mil não tinham critérios de gravidade no momento da ligação e foram orientadas a permanecer em casa. Essas pessoas também são orientadas a retornar a ligação em caso de mudança do quadro, e assim podermos monitorar sua evolução”, pondera. Viviane também destacou o trabalho em equipe para atender o maior número possível de pessoas. “A grande adesão e participação dos futuros médicos, escolas médicas e médicos, todos atuando voluntariamente, é um grande ponto positivo. São ações que reforçam a importância da cultura do trabalho voluntário e da solidariedade num momento tão difícil para a nossa população”.
Segundo o secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro, “o serviço do Tele Coronavírus é um importante aliado no combate à pandemia, pois além de prestar orientações para as pessoas sobre como proceder com relação aos sintomas, contribui para que o governo possa realizar um mapeamento de casos suspeitos, auxiliando as autoridades sanitárias no gerenciamento dos casos da Covid-19. Como é um número de três dígitos, a população consegue memorizar com facilidade, o que contribui para que possa ser acessível às pessoas”.
Idealizado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Fiocruz Bahia, o Tele Coronavírus recebeu apoio do Governo do Estado, através das Secretarias de Saúde (Sesab), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), do Planejamento (Seplan), da Segurança Pública (SSP), da Administração (Saeb) e da Infraestrutura (Seinfra). Também aderiram à ação as quatro universidades estaduais (Uneb, Uesc, Uefs e Uesb), a Escola Bahiana de Medicina, a FTC Salvador, a Unifacs, a Unime, a UFRB, a UFSB, a Associação Bahiana de Medicina (ABM) e a Fesftech, esta última responsável pelo desenvolvimento de uma plataforma que é alimentada pelos voluntários.
Secom BA // Itatiaia Fernandes