Três taxistas foram detidos pela Polícia Militar após cercarem um carro do Uber em Salvador. O condutor do sistema de transporte por aplicativo, que não é regulamentado na capital baiana, acionou a polícia e os suspeitos, que não tiveram os nomes divulgados, foram conduzidos para a Central de Flagrantes, na região do Iguatemi.
O caso ocorreu na Avenida Oceânica, no bairro de Ondina, nas proximidades do Quartel da Aeronáutica, na noite de sexta-feira (9). O motorista do Uber que teria sido abordado pelos taxista também não teve a identidade divulgada e foi ouvido na delegacia. Enquanto os envolvidos prestavam depoimento, representantes das duas categorias discutiram do lado de fora da undiade policial.
De acordo com a polícia, os três taxistas vão responder por constragimento ilegal. Todos os veículos envolvidos no caso foram conduzidos para o estacionamento da delegacia.
"A situação que estamos vivendo hoje, de dificuldade em conseguir levar o sustento para dentro de casa, [por isso] tomaram a atitude de fechar o carro do aplicativo clandestino. Não teve nenhuma violência. Eles simplesmente colocaram o veículo na frente, um atrás e um na lateral, e ofereceram ao cliente que estava dentro do carro do aplicativo uma condução para que ele seguisse em um táxi sem nenhum tipo de tarifação", destaca João Dourado, membro da Associação Metropolitana de Taxistas.
Já outro motorista de Uber, Jessé da Silva, que é colega do condutor que foi cercado, falou em emboscada. "O colega do Uber foi emboscado por vários taxistas que fecharam ele e tiraram o seu direito de ir e vir. Sempre ameaçam. São vários tipos de ameaças, dizendo que vai morrer, chama a gente de urubu. Ele se sentiu coagido e chamou a polícia para resguardar sua integridade física", destacou.
Em nota, a Polícia Militar informou que os taxistas foram detidos por bloquear a passagem do carro do Uber e constranger o motorista em via pública. A Secretaria Municipal da Mobilidade Urbana informou que, embora o Uber seja proibido em Salvador, não é papel dos taxistas fazer a fiscalização.
O Uber informou, por meio de nota, que considera inaceitável o uso de violência. "Todo cidadão tem o direito de escolher como quer se movimentar pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente. Esperamos que motoristas parceiros não se envolvam em brigas e discussões e que contatem imediatamente as autoridades policiais, sempre que se sentirem ameaçados", diz a nota.
Fonte: G1