A população de Salvador tem afrouxado o isolamento social desde meados de abril. Por aqui, a taxa de distanciamento atingiu o pico na última semana de março, com média de 56,19%, mas a queda tem sido progressiva desde as duas últimas semanas do mês passado, até atingir 48,32% na semana passada, o menor índice desde o início da pandemia. É o que mostram dados da startup In Loco, que tem medido por geolocalização a movimentação das pessoas pelas cidades e estados brasileiros durante a pandemia do novo coronavírus. O aumento da população nas ruas levou o prefeito ACM Neto (DEM) a decretar o bloqueio, a partir deste sábado, 9, dos bairros de Plataforma, Boca do Rio e Centro, onde há maior circulação de gente, como forma de evitar a contaminação pelo novo coronavírus.
O monitoramento da startup permite fazer uma evolução da quarentena na capital baiana. Em 16 de março, primeiro dia em que as medidas restritivas anunciadas por Neto começaram a valer, o índice de isolamento foi de apenas 29,95%. No entanto, ao longo da semana, a adesão da população ao confinamento em casa foi crescendo até patamares acima de 40%, culminando em 62,92% em 22 daquele mês, um domingo, dia em que comumente as pessoas costumam ficar mais em suas residências. Em um comparativo, no domingo anterior, 15 de março, a taxa foi de 42,54%. Na semana seguinte, entre 23 e 29 de março, os soteropolitanos deram sinais de que estavam respeitando ainda mais o isolamento. Neste período, o indicador oscilou entre 54% e 62%. Foi a época em que a população mais ficou em casa desde o início da quarentena. Nas duas semanas posteriores, houve queda, mas o percentual ficou estabilizado em uma média de 51%. O feriadão da Semana Santa, entre os dias 10 e 12 de abril, também ajudou as pessoas a ficarem mais em casa.
Após o feriado, o isolamento começou a sofrer queda mais acentuada. Durante a semana, o índice que costumava ficar na casa dos 50%, passou a oscilar entre 43% e 47%, só voltando aos patamares anteriores aos domingos. Neste período, ficaram comuns as cenas de aglomerações nas filas da Caixa Econômica Federal para saque do auxílio emergencial de R$ 600 pago pela União. A semana de 13 a 19 de abril foi a primeira com taxa de isolamento abaixo dos 50% (49,16%). Os patamares nos dias úteis se estabilizaram na faixa dos 40% nos dias posteriores, registrando 58% apenas no feriado de Tiradentes (21 de abril). Já a semana passada teve o pior índice de isolamento desde a primeira semana da quarentena, quando a taxa ficou em 36,5%: 48,32%. Vale destacar que os números devem ter sido menores nos primeiros dias porque população, indústria, comércio e serviços estavam migrando de uma situação de normalidade para a quarentena.
Reprodução: A Tarde
Redação do LD