Bahia

SINDPOC lança campanha na Bahia em protesto aos valores das diárias e horas extras do carnaval

Até o momento, o Governo do Estado não demonstrou disposição em negociar com os servidores.

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campanhaO SINDPOC iniciou, nesta semana, campanha no Estado para que os policiais assinem o “Requerimento de Desistência” da prestação do serviço durante o carnaval baiano de 2018. Nesta quarta-feira(8), os policiais civis dos municípios de Ilhéus e Itabuna, localizados na região Sul da Bahia,  assinaram o  Requerimento  de Desistência, em protesto aos valores que são pagos pelas diárias e horas extras dos policiais civis na festa momesca. A assinatura do Requerimento de Desistência significa que a categoria não pretende aderir à escala do carnaval que é imposta pelo Governo do Estado.  Além dos valores pagos pelos dias trabalhados durante o carnaval, os servidores reivindicam o decreto de promoção, os reajustes lineares dos anos de 2016 e 2017 e o Projeto de Reestruturação das Carreiras encaminhado pelas entidades da Polícia Civil à SAEB.  Até o momento, o Governo do Estado não demonstrou disposição em negociar com os servidores.

O SINDPOC irá realizar reuniões e mobilizações em todas as Coordenadorias do interior baiano, nas  delegacias de Salvador e Região Metropolitana para discutir a possibilidade de não aderência à escala do carnaval. Nesta quinta-feira(10),será em Porto Seguro, e sexta-feira(11) em Eunápolis. Está prevista  uma Assembleia e ato político, em Salvador, que vão  reunir os policiais civis de todo o Estado, em data ainda a ser definida. O Presidente do SINDPOC, Marcos Maurício, esclarece que o Requerimento de Desistência não possui caráter  de greve e nem de paralisação. O sindicalista destaca que os policiais irão manter os serviços de acordo com a carga horária normal de 40 horas semanais. O impasse consiste na aderência à  escala do carnaval que é imposta pelo Governo do Estado. A categoria questiona  os valores pagos  pelas diárias e horas extras durante a festa carnavalesca.

” Esse quadro reflete a gestão ruim da Secretaria de Segurança Pública que, atualmente, alega não possuir  recursos nem para comprar uma água mineral para as unidades policiais. O Governo do Estado deve rever a forma como administra a Segurança Pública e ter maior sensibilidade com os policiais  que diariamente doam suas   vidas em defesa da sociedade!”, protesta Marcos Maurício.

O Vice-Presidente do SINDPOC, Eustácio Lopes, denuncia que os  servidores que trabalham nos principais carnavais da Bahia são remunerados com  valores insuficientes que não conseguem cubrir as despesas de alimentação, hospedagem e transporte. ” É um trabalho análogo ao da escravidão. No carnaval, os  servidores acabam dormindo em viaturas, abrigos e escolas. São  condições de trabalho  totalmente precárias!, critica o sindicalista. Segundo Eustácio Lopes, devido  o baixo efetivo da Polícia Civil que, atualmente, encontra-se com menos de 7.500 servidores, e o ideal seria em torno de 15.000 policiais civis ativos, a categoria trabalha com cargas horárias excessivas chegando a 120 horas extras por mês.

O carnaval da Bahia está previsto para ser realizado nos seguintes municípios: Caravelas, Prado, Mucuri, Alcobaça, Porto Seguro,Cabral,  Belmonte, Canavieiras, Ilhéus,Itacaré,Barra Grande, Morro de São Paulo, Itabuna, Valença, Juazeiro, Salvador e Região Metropolitana. Será protocolado, no final do mês de agosto, o Requerimento de Desistência dos policiais baianos, na sede da Polícia Civil, Praça da Piedade, centro da capital baiana.

Fonte: ASCOM SINDPOC