Os casos de dengue na Bahia seguem crescendo. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), até a Semana Epidemiológica 20, que vai até 21 de maio, o estado notificou 24.186 casos prováveis de dengue, registrando um aumento de 29,5% em relação a 2021.
Segundo o órgão foram confirmados, até o momento, 11 óbitos por dengue. Entre os municípios que estão com incidência acima de 100 casos, estão: Urandi, Floresta Azul, Coaraci, Potiraguá, Apuarema, Santa Cruz da Vitória, Mirangaba, Caatiba, Oliveira dos Brejinhos, Chorrochó, Remanso, Abaré, Caculé, Itajuípe, Caldeirão Grande, Érico Cardoso e Ipupiara.
Em contato com o Portal Salvador FM, o secretário de Saúde de Urandi, Rodrigo Pimentel, explicou o processo que ocasionou o estado de epidemia decretado pela Sesab no município. Epidemia pode ser entendida como uma manifestação coletiva de uma doença que rapidamente se espalha, por contágio direto ou indireto.
“Aqui em Urandi temos uma área de irrigação de uma zona rural, sendo úmido o tempo inteiro. Essa região interage muito com o município vizinho, Espinosa [Minas Gerais], que havia registrado alguns casos de dengue, enquanto Urandi não. Mas devido a esse trânsito de pessoas entre os municípios, acabou que a região de núcleo de povoamento foi contaminada”, relata Pimentel.
Segundo ele, foram levados ao local servidores de vigilância epidemiológica, que durante 12 dias notificaram os casos e solicitaram serviços como o de fumacê.
“Mesmo fazendo essas tentativas de concentração desde março, não conseguimos conter os casos. Até a última contagem, tínhamos chegado a 580 casos de dengue, sendo esse número hoje em dia maior. Entretanto, a curva já diminuiu, consideravelmente, onde a gente não registra mais a mesma quantidade de casos como nos últimos meses”, completou o secretário de Saúde.
Urandi ainda não registrou óbitos pela doença, e a gestão municipal segue com os cuidados básicos para conter a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. “Estamos fazendo e solicitando a limpeza de lotes públicos e privados, fluxo de água de rios, onde intensificamos a drenagem para diminuir o acúmulo, catamos lixo com mais frequência, e as buscas nas casas das pessoas, com um servidor conferindo se estão sendo aplicada as medidas necessárias”, confirmou Rodrigo Pimentel.
Já em Itabuna, distante 426 quilômetros de Salvador, os casos se agravaram no último mês. Somente em abril, o município emitiu estado de alerta laranja, ou seja “perigo” para uma possível epidemia, que foi confirmada no final do mesmo mês.
De acordo com a secretária de Saúde de Itabuna, Lívia Mendes, ainda não foi confirmado nenhuma morte pela doença. “Intensificamos as medidas desde o final de abril, com a equipe de endemias nas ruas junto a secretaria de Infraestrutura e Urbanismo, com o pessoal da limpeza urbana e com a Secretaria de Ordem Pública, para que a gente pudesse eliminar em um mutirão o maior número possível de focos para larvas do mosquito”, comentou ao Portal.
“Pedimos também apoio ao estado, para utilização dos carros de bloqueio pesado, o conhecido fumacê, e já estamos fazendo nos bairros com maior índice de casos ou infestação do mosquito”, completou Mendes.
Na capital baiana, até a semana Epidemiológica.20, foram notificados 323 casos de dengue, segundo informações da Sesab. No ano passado, foram 517 casos.
Cuidados
A Secretária de Saúde do Estado da Bahia, alerta para os cuidados. O principal meio de transmissão da arboviroses é a picada de mosquitos Aedes Aegypti, os mesmos que transmitem a febre amarela.
Os mosquitos Aedes se proliferam em locais com água armazenada. Os principais focos de combate devem ser frascos plásticos, galões, pneus, vasos de plantas, recipientes de todos os tamanhos como tampinhas de garrafa ou mesmo sacolas plásticas.
Os primeiros cuidados que devemos ter para reduzir os locais de proliferação do mosquito e evitar as doenças são: tampar lixeiras; tampar tonéis e caixas d’água; manter as calhas sempre limpas; limpar ralos e colocar telas; deixar garrafas e recipientes com a boca para baixo; preencher os pratos de vasos de plantas com areia; manter lonas para materiais de construção e piscinas sempre esticadas para não acumular água; limpar com escova ou bucha os potes de água para animais.
Sintomas
Os sintomas mais comuns da dengue são: febre alta, com temperatura maior que 38.5ºC; dores musculares intensas; dor ao movimentar os olhos; mal estar; falta de apetite; dor de cabeça; manchas vermelhas no corpo.