Servidora da Secretaria Municipal de Gestão (Semge), Silvava Silva da Paixão, de 41 anos, relatou que sofreu intolerância religiosa dentro da pasta.
Ela denunciou o caso à polícia nesta quinta-feira, 25, na 1ª Delegacia de Barris. “Meu chefe dizia no refeitório: ‘cessa a conversa que a macumbeira chegou‘”, conta, em entrevista ao Estadão.
Ao retornar das férias, no último dia 8 de setembro, com vestes brancas e seguindo as orientações de sua religião, Silvana afirma ter notado diferenças no tratamento dos colegas com ela – em especial de seu chefe direto. “Ele falou: ‘desaprendeu a comer de garfo e faca? Está comendo agora desse jeito parecendo um bicho?‘. Nesse momento foi como se o mundo desabasse para mim, não esperava que todo mundo me olharia diferente”, relembra. A prefeitura afirma que ‘repudia atos de discriminação de qualquer natureza’ e vai ‘combater esse tipo de situação’.
Um inquérito foi aberto e o Ministério Público Estadual, acionado para participar da investigação. Por meio de nota, a Polícia Civil afirma que a delegacia está investigando o caso. A Prefeitura de Salvador, em nota, afirma que a pasta “repudia atos de discriminação de qualquer natureza e vai agir no sentido de combater esse tipo de situação, garantindo o respeito no ambiente de trabalho e na prestação de serviços à população”.