De acordo com levantamento feito pela Fecomércio-BA, o comércio varejista baiano pode registrar crescimento de 5,4% nas vendas em novembro com a Black Friday. O responsável pela avaliação foi Guilherme Dietze, consultor econômico da instituição. Com o evento é inaugurada a temporada de compras, seguido do Natal e do Ano Novo.
Segundo o consultor, se comparar o mesmo período de 2019, momento pré-pandemia, o comércio deve ter um resultado positivo de 5,9%. A expectativa é alta pois no momento, é esperado o recebimento do 13º salário, que terá primeira parcela paga até o dia 30 deste mês. “Muitos trabalhadores já tiveram o seu 13º salário adiantado no início do ano, porém o maior volume é, de fato, no final do ano”, explica Guilherme.
Um levantamento feito pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério da Economia, ainda mostra que a Bahia possui 1,8 milhão de trabalhadores com carteira assinada, o que corresponde a 100 mil a mais do o mesmo período de 2020. Isso significa que há um maior contingente de pessoas que deve receber o 13º salário, ainda que de forma proporcional.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Fecomércio-BA, em Salvador há um grande índice de famílias endividadas e inadimplentes, o que não prejudicará diretamente o comércio. “Parte será destinada a pagamento de contas e dívidas, mas haverá um montante reservado para as compras de fim de ano, estimulando as vendas”, diz Dietze.
A expectativa é que as maiores projeções de vendas sejam das lojas de vestuário, tecidos e calçados, com alta anual de 10,5%. Isso porque, segundo a Fecomércio, os estoques remanescentes da pandemia ainda estão altos, o que leva ao empresário a colocar preços baixos para atrair os consumidores.
Também é esperada uma alta de 9,6% para o setor de móveis e decoração e de 6,2% para os supermercados. “A inflação trouxe um fôlego a menos para os consumidores. A Black Friday pode ser um momento de conseguir bons descontos e amenizar um pouco os impactos da inflação”, destaca.
As concessionárias de veículos e motos devem crescer 25,2%, a maior alta projetada no mês entre os segmentos. As demais altas devem ser de: outras atividades do comércio (4,4%) e farmácias e perfumarias (2,9%).
Segundo o modelo de projeção, dois segmentos provavelmente apontem como negativo: eletrodomésticos e eletrônicos (-3,3%) e materiais de construção (-0,6%).
Vale lembrar que o levantamento só trata do varejo eletrônico nas lojas físicas. "Embora o e-commerce tenha crescido nos últimos anos, tem uma parcela de participação relativamente pequena, de 5% das vendas do comércio", conclui.