Bahia

São 22 anos aqui... Nosso sonho foi destruído", diz moradora sobre desabamentos em Salvador

Órgãos municipais estiveram no local acompanhando a situação, que será investigada com maiores detalhes.

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ACM Neto esteve no local para acompanhar a situação de perto - Foto: Luciano da Matta | Ag. A TARDE

 

As chuvas que caíram em Salvador nesta semana causaram o desabamento de cinco casas na última quinta-feira, 3, por volta das 23h50, no bairro de Fazenda Grande do Retiro. Órgãos municipais estiveram no local acompanhando a situação, que será investigada com maiores detalhes.

Conhecida como "Monalisa", a autônoma Ana Paula Bezerra, 48 anos, relatou que a casa onde mora fica ao lado de uma das que desabaram e já está cedendo também. "Em 26 de agosto mandaram a gente evacuar as casas. Desse dia em diante, fui para outra casa ficar com minha família", explicou ela, que geralmente pagava R$ 600 de aluguel, mais despesas de água, energia, alimentação, dentre outras. "Para ficar com R$ 300 reais por mês de Aluguel Social não tem condições", pontuou.

Com quatro filhos, genros e uma filha gestante, Monalisa contou que tiveram uma resposta sobre o programa 'Minha Casa, Minha Vida', porém a preocupação é com o tamanho da casa, que, segundo ela, não comporta toda a família. "Você sai do seu lar, que você constrói com conforto, planejamento… São 22 anos aqui, aí aconteceu isso. Nosso sonho foi destruído", concluiu.

O prefeito de Salvador, ACM Neto, esteve no local para acompanhar a situação de perto. De acordo com o gestor, será feita uma apuração adequada e completa para descobrir a causa do desabamento. "Se a empresa responsável pela contenção da encosta teve responsabilidade, vai pagar o preço por isso, seja com a Prefeitura ou com o Governo Federal", afirmou ele, lembrando que foram cerca de R$ 12 milhões aplicados na contenção da encosta.

"A gente vai dar todo apoio, todo amparo, fiquem tranquilos. Enquanto não tiver uma clareza de qual a solução, a gente vai pagar Aluguel Social e Auxílio Emergência, depois vamos encaminhar para uma casa nova ou indenização. O que não pode é ninguém que vive em áreas de risco permanecer nesses locais", declarou ACM Neto.

Segundo o prefeito, não há dúvida de que a causa do rompimento da encosta foi a contribuíção de água, devido à chuva. "O que precisamos saber é o que ocasionou esse problema com a rede de água da região, se foi responsabilidade da empresa, da Embasa. Não quero afirmar que a responsabilidade é de A, B, ou C", finalizou.

Quarenta e uma famílias da comunidade já recebiam Aluguel Social. Uma equipe da pasta esteve no local fazendo o novo levantamento.

 

A Tarde /// Figueiredo