Avenida da França

'Grau' e 'carreta de som': Bairro do Comércio sedia evento nacional de som e rebaixados

Evento nacional de som e rebaixados reúne carreta de som e apaixonados por adrenalina

Competição Nacional de Som. Imagens: Gabriel RG Paredão/Reprodução
Competição Nacional de Som. Imagens: Gabriel RG Paredão/Reprodução

A Avenida da França, no bairro do Comércio, em Salvador, sediou uma competição nacional de som e rebaixados na manhã deste domingo (15).

Quem passou pelo bairro relatou a presença de motociclistas fazendo manobras radicais conhecidas como “grau” na pista da avenida que foi interditada exclusivamente para o evento.

Nas redes sociais, uma página da organização do evento informava que o encontro teria uma apresentação inédita e exclusiva da maior carreta de som de Salvador.

Evento tem pista exclusiva para prática de manobra conhecida como ‘grau’. Imagens: Gabriel RG Paredão/Reprodução

Ainda no perfil, organizadores informaram que a competição recebeu o aval da Prefeitura de Salvador. “Mais uma vez estamos aqui mostrando o nosso compromisso com o público, e por isso postamos os alvarás deferidos para a realização de nosso evento. Muitos se deslocam de outras cidades e estados vizinhos, e o público local poderá ter a certeza que estará em um evento 100% legalizado e apoiado pelo poder público”, justificaram.

Manobra ilegal

A prática da manobra popularmente conhecida como “grau” é proibida pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). No artigo 244, inciso III, consta que é infração:

“Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda”.

A manobra é considerada infração gravíssima e tem penalidade prevista de multa e suspensão do direito de dirigir. A medida administrativa que consta no CTB é a retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação.

Regulamentação

Na Bahia, o prefeito de Castro Alves, Thiancle Araújo, tem liderado uma mobilização para que a prática do ‘grau’ seja regulamentada. “O grau tem raízes profundas nas comunidades negras e periféricas. É muito mais do que uma manobra: é cultura, é resistência. Precisamos enxergar isso como uma oportunidade de inclusão e valorização social,” afirmou.

O prefeito destacou ainda o potencial esportivo dos praticantes.

“Nosso objetivo é regulamentar o grau e criar condições para que esses jovens possam competir de forma profissional, representando nossa cidade e ganhando reconhecimento por seu talento”, projetou.

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